Esteve apenas meia época em Gondomar e em 2011/12 rumou ao Videoton da Hungria. Como e porquê?
Terminou a época e tive uma reunião com o Paulo Gonçalves, julgo que o Rui Costa também estava, em que perguntei qual era o objetivo do clube para comigo, o que pretendiam. Queriam emprestar-me outra vez, ao Atlético, que acabara de subir à II Liga. "Mas esta é a única solução que têm para mim?"; "Sim"; "Então não quero". Já começava a trabalhar com um empresário, o Gaspar Freire. Eles perguntaram: “O que tu propões?; "Vocês é que têm de propor-me. Se não houver nada melhor do que isto, prefiro rescindir". Assim foi, rescindi o contrato.
Já tinha o interesse do Videoton?
Sim.
Foi o Paulo Sousa quem o quis na Hungria?
Sim, fui a pedido do Paulo Sousa, que já me conhecia das seleções, foi meu treinador.
A realidade correspondeu às expectativas?
Foi muito bom porque cheguei numa altura em que o clube ia disputar a pré-eliminatória da Liga dos Campeões e o ambiente estava diferente, havia muita gente, muito interesse dos media. Foi a primeira vez que tive aquela sensação de ser mesmo jogador de futebol, dava muitas entrevistas, era muito falado.
Foi sozinho para a Hungria?
Sim, fui viver para um condomínio sozinho.
Como correu essa adaptação?
Foi tranquilo porque no aspeto de casa sempre fui bastante organizado, a única coisa que ainda não sabia fazer muito bem era cozinhar, mas o arrumar e limpar, sempre fui bastante organizado.
Fale-nos um pouco da experiência no balneário do Videoton.
Mais tarde chegaram dois portugueses, o Filipe Oliveira e o Marco Caneira. Foi uma grande ajuda ter dois jogadores experientes, já batidos, porque cheguei um jovem irreverente, com uma personalidade bastante forte.
Essa sua maneira de ser refletia-se em quê no dia a dia no clube?
Quem não me conhece pode pensar que sou um pouco arrogante, porque sou uma pessoa fechada, não sou de sorrisos fáceis. Hoje vejo as coisas de maneira diferente, mas sei que muitas vezes as pessoas podiam olhar para mim e dizer “tem a mania”. É a minha maneira de ser, fechada. Nem toda a gente soube lidar com isso muito bem, porque no balneário sempre fui muito brincalhão, sempre fui de fazer partidas, e muitas vezes nem acreditavam ser eu, porque estava sempre no meu canto [risos].
Qual foi a pior partida que fez?
Foi pegar na roupa de um colega, meter no frigorífico e ele ter de ir para casa com a roupa de treino. Aquilo que um jogador mais detesta é que lhe mexam na roupa. Roupa e sapatilhas, acho que é a pior coisa [risos].
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