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A casa às costas

“Os EUA mudaram a minha maneira de pensar. Vivi o American Dream, porque quem trabalha é recompensado, coisa que em Portugal não acontece”

“Os EUA mudaram a minha maneira de pensar. Vivi o American Dream, porque quem trabalha é recompensado, coisa que em Portugal não acontece”
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À beira de completar 30 anos, Mónica Mendes recorda neste Casa às Costas como tem sido o percurso no futebol, que começou a praticar desde muito cedo a par do karaté, modalidade em que conquistou vários títulos. Aos 13 anos foi jogar futebol 11 para o 1.º de Dezembro, com mulheres muito mais velhas, mas uma bolsa de estudo acabou por levá-la para os EUA, onde jogou e concluiu uma licenciatura. De espírito rebelde, diz que aprendeu com os americanos a querer ser sempre a melhor e conta vários episódios que metem helicópteros, polícia e imigração clandestina

Nasceu em Lisboa, mas cresceu em Almada. Filha de quem?
Os meus pais, José e Cristina Mendes, são os dois professores de karaté. São também árbitros nacionais e mundiais de karaté, por isso cresci a jogar futebol e a fazer karaté. Tenho dois irmãos. A minha irmã, mais velha três anos, é psicóloga e professora de karaté também. O meu irmão é 13 anos mais novo que eu. De todos ele é o menos ligado ao desporto, gostava mais de consolas.

Deu muitas dores de cabeça em criança?
Só estou calma agora, na fase adulta [risos]. Dava muitas dores de cabeça porque sempre tive uma personalidade forte, sempre soube o que queria. Os meus pais costumam dizer que quando éramos bebés podiam deixar a minha irmã quietinha num sítio para ir fazer alguma coisa que quando voltassem ela estava no mesmo lugar, já eu, mal viravam costas, quando olhavam de novo já lá não estava [risos].

Qual é aquela história que ainda hoje é recordada nas reuniões familiares?
Eu fiz a escola primária num colégio de freiras e as freiras não gostavam muito que eu jogasse futebol. Eu estava sempre a querer jogar futebol. Com os meus três, quatro anos, um dia, na hora da sesta, a freira levou-nos para dormir e como eu achava aquilo uma seca, deitei-me junto à porta e fingi que estava a dormir. Isto porque o meu pai por volta dessa hora vinha dar aulas de futebol ao colégio. Assim que apanhei a irmã de costas, saí da sala e fui a correr até ao recreio para ir ter com o meu pai. Na hora de acordar, as irmãs não deram conta de mim, era o colégio todo à minha procura, até que lá se lembraram de ir ter com o meu pai [risos].

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