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A casa às costas

“Só tirei a chucha em troca de um equipamento do V. Setúbal e na escola só deixei de chorar quando disseram que íamos visitar o estádio”

“Só tirei a chucha em troca de um equipamento do V. Setúbal e na escola só deixei de chorar quando disseram que íamos visitar o estádio”
D.R.

Mariana Jaleca, de 25 anos, que esta época joga no Marítimo, não sabe de onde veio a paixão pelo futebol, mas afirma que a principal “culpada” por poder começar a viver o seu sonho é a avó Helena, que não descansou enquanto não arranjou clube para a neta. Primeiro com os rapazes e depois com mulheres bem mais velhas. Acabou por conseguir uma bolsa nos EUA, onde tirou dois cursos e aprendeu a ser profissional, antes de voltar à base, em tempos de pandemia, e deparar-se com a realidade do futebol feminino, no Damaiense. Nesta I parte do Casa às Costas falamos sobre o início de uma carreira que já passou por Itália, Finlândia, Turquia e República Checa

Nasceu em Setúbal. Comece por nos falar um pouco da família onde nasceu.
Tenho quatro irmãos. Um irmão mais velho da parte do pai, um irmão e uma irmã da parte da mãe, e da mãe e do pai sou eu e outro irmão mais novo, quatro anos. Nenhum deles alguma vez jogou à bola. Quer dizer, o meu irmão mais novo jogou, mas nunca quis seguir a profissão.

O que faziam os seus pais profissionalmente?
O meu pai é designer gráfico e a minha mãe doméstica.

Deu-lhes muitas dores de cabeça?
Não. As únicas dores de cabeça que dei era quando queria jogar à bola, porque acabava por partir muitas coisas lá em casa, sem querer. De repente a bola ia ter com uma jarra [risos].

Gostava da escola?
Gostava. Mas quando entrei para o 1.º ciclo não queria ir para a escola. Chorei todos os dias durante uma semana e a minha irmã mais velha tinha de ir comigo. No final dessa semana, quando disseram que na semana seguinte íamos ao estádio do Vitória de Setúbal conhecer os jogadores - era a nossa primeira visita de estudo - a partir daí comecei a gostar da escola [risos].

Desde pequena que tinha o sonho de ser jogadora de futebol?
Sim.

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