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A casa às costas

“Nunca vi o Rubiales beijar um Sérgio Ramos ou um Puyol. Espero que a voz das jogadoras valha mais do que qualquer opinião alheia”

“Nunca vi o Rubiales beijar um Sérgio Ramos ou um Puyol. Espero que a voz das jogadoras valha mais do que qualquer opinião alheia”
AndreFerreira

Mariana Jaleca confessa ter gostado mais da cultura do que do futebol da Itália, há três anos. Foi na Finlândia que a médio do Marítimo se estreou na Liga dos Campeões e conseguiu as melhores performances, mas é a seguir, no Fenerbahçe, da Turquia, que mais sentiu na pele o que é ser tratada mesmo como uma profissional, apesar de ter trazido de lá uma cicatriz num ombro, que deixou a adversária sem os dois dentes da frente. Ainda jogou no Sparta de Praga, mas a frieza dos checos não a convenceram a ficar. Nesta II parte da entrevista, a setubalense fala ainda da seleção e conta o episódio em que lhe caiu um tijolo aos pés, num jogo

Como surgiu a possibilidade de ir jogar no Orobica de Bérgamo, na Itália?
A Raquel Sampaio soube que eu estava em Portugal, já me conhecia do tempo do Estoril, sabia que eu não tinha agente e contactou-me. Sou muito sensível às energias e quando estive com ela tive aquele feeling de que era a pessoa certa para fazer o meu acompanhamento profissional. É mulher e preocupa-se com o bem-estar das suas jogadoras. Decidi ser representada por ela e foi ela que me trouxe a proposta da Itália.

Como reagiu? Já conhecia o clube?
Não conhecia, mas decidi ir porque senti muita falta de profissionalismo nos clubes portugueses.

Qual o valor do seu primeiro ordenado profissional?
Penso que eram €800, com casa e contas pagas.

Viveu sozinha em Bérgamo?
Vivi com três colegas. Era uma casa com dois quartos, a sala fazia de quarto para duas jogadoras. Eu tinha um quarto com cama de casal, só para mim. Só tive esse privilégio porque tinha a Raquel como minha agente, ela exige o melhor para nós.

As outras colegas eram de que nacionalidades?
Italianas, que vieram de outros locais da Itália. Correu bem, gostei muito.

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