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A casa às costas

“Tive uma questão com o GPS. Os batimentos cardíacos não chegavam onde era suposto. Passava por baldas. Na verdade, era a minha fisionomia”

“Tive uma questão com o GPS. Os batimentos cardíacos não chegavam onde era suposto. Passava por baldas. Na verdade, era a minha fisionomia”
Gualter Fatia

João Pedro, 31 anos, começou a jogar futebol a conselho do médico e nunca mais tirou as chuteiras. Do Juventude de Ronfe foi para o clube do coração, o Vitória de Guimarães, onde fez toda a formação e estreou-se como profissional. Ainda entrou na universidade, mas nunca frequentou. Nesta I parte do Casa às Costas explica o processo da saída de Guimarães, para os LA Galaxy, assim como a importância da aposta de Pedro Martins nele, apesar do GPS indicar que, aparentemente, não era um jogador que se esforçasse muito

Nasceu em Guimarães. É filho de quem?
O meu pai é técnico de máquinas industriais e a minha mãe era encarregada de uma secção numa confeção de costura.

Tem irmãos?
Tenho uma irmã cinco anos mais nova, que hoje é nutricionista no Vitória.

Cresceu mesmo em Guimarães?
Sou da periferia, da freguesia Vermil, já na fronteira com Vila Nova de Famalicão.

Deu muitas dores de cabeça aos seus pais?
Não. Eu era um morcão, não fazia mal a ninguém, sempre fui tímido. A minha irmã é que era a reguila, eu pagava as faturas dela muitas vezes.

O que dizia querer ser quando fosse grande?
Passei por várias fases. Houve alturas em que dizia que queria ser bombeiro, outras queria ser médico. Sinceramente, só comecei a pensar em ser jogador de futebol profissional no meu primeiro ano de júnior. Sempre fui educado a concentrar-me nos estudos.

Gostava da escola?
Da escola gostamos sempre, das aulas é que não [risos]. Estar na escola, com os amigos e fazer as palhaçadas toda a gente gosta. O problema é as aulas, mas consegui conciliar sempre. O esforço que fiz foi enorme, porque houve alturas em que chegava a casa às onze da noite e ainda tinha de estudar para testes no dia seguinte; às vezes ficava a fazer madrugadas para ter tudo pronto para o próximo dia. Não era fácil, mas sempre deu para conciliar tudo, também graças ao esforço dos meus pais e de familiares que me ajudaram no processo. Tinha uma tia, por exemplo, que me deixava ficar na casa dela em Guimarães a estudar e a descansar até chegar a hora do treino.

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