Exclusivo

A casa às costas

“Depois de um jantar de equipa dos LA Galaxy, só me lembro de acordar nu num hospital, em Las Vegas, com a enfermeira a tirar-me o soro”

“Depois de um jantar de equipa dos LA Galaxy, só me lembro de acordar nu num hospital, em Las Vegas, com a enfermeira a tirar-me o soro”
Octavio Passos

O médio João Pedro, que saiu do V. Guimarães para os LA Galaxy, dos EUA, revela nesta II parte da entrevista alguns episódios que viveu com Zlatan Ibrahimović na equipa e que mostram o tamanho do ego do sueco, além de falar da ida para a Grécia e porque se arrependeu dessa decisão. Conta também alguns pormenores das três épocas e meia que passou no Tondela e confessa que gostava de estar a jogar mais na Roménia, país onde joga e vive com a mulher e a filha. A terminar, ainda fala de investimentos e relata um momento marcante que viveu em Las Vegas

Saiu diretamente de casa dos pais, em Guimarães, para ir jogar nos LA Galaxy, da MLS, e viver nos EUA com a namorada. Foi uma mudança grande. Como foi a adaptação?
Guimarães comparado com Los Angeles é uma cidade muito pequenina. Eu não tinha noção. A minha namorada primeiro teve de convencer os pais para ir comigo [risos]. Para ter noção do quão inconsciente foi tudo, para ela não estar a sair do país de três em três meses, devido ao visto, resolvemos casar no civil. As patroas dela arranjaram-nos umas alianças de ferro, que fizeram na loja delas, e apareceram lá. Só sabiam os nossos pais, as patroas dela e uma tia minha. Foi tudo muito de urgência, porque eu tinha de viajar para Los Angeles. Mas acho que as coisas acabaram por correr bem.

Qual foi o primeiro impacto quando lá chegou?
Houve outro fator muito importante na minha adaptação e que prova, mais uma vez, que o mundo é mesmo pequeno. Havia uma pessoa nos EUA, que viveu a dois minutos da minha mulher, em Guimarães, mas que nós nem conhecíamos. É bracarense, ainda por cima, mas tornou-se um grande amigo. Ele facilitou bastante a adaptação porque já vivia em LA.

Que tal o clube?
Fora de série em termos de infraestruturas e organização. A organização da liga americana, de tudo, é fantástica. Foi de longe o melhor sítio onde estive e a melhor liga que há no mundo nesses aspetos: infraestruturas e organização. Tínhamos uns seis campos para treinar, um mini-estádio, o estádio, um ginásio enorme, uns 12 balneários, sala de estar, lounge, comíamos lá, tinha tudo. Eu só tinha de pensar em jogar futebol. Davam-nos os bilhetes para a época toda, já com as datas definidas; o plano de treino era para dois, três meses; ou seja, uma pessoa podia organizar-se, se quisesse, por exemplo, ir dar uma volta a algum sítio. Percebi porque é que os EUA é um dos principais países do mundo. A facilidade com que tudo se faz...Precisas de ir às finanças ou tratar de coisas mais burocratas e tratas de tudo com uma facilidade doida, através de uma app. O nosso team manager dizia faz isto, isto e isto, e eu resolvia os problemas em cinco minutos. Em Portugal complica-se tudo.

Gostou de viver em Los Angeles?
Adorámos. A cidade era fantástica, tinha a praia, a parte citadina, a parte do glamour...Tinha uma qualidade de vida muito maior.

Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: AAbreu@expresso.impresa.pt