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A casa às costas

“Chegámos ao Standard Liège e o balneário estava completamente destroçado, ninguém se falava. No fim, os jogadores até gravaram um disco”

“Chegámos ao Standard Liège e o balneário estava completamente destroçado, ninguém se falava. No fim, os jogadores até gravaram um disco”
D.R.

Rui Mota, 45 anos, iniciou o percurso profissional como professor de Educação Física e treinador das camadas mais jovens até se tornar observador, no Sporting, papel que desempenhou durante quatro anos. Mas foi como adjunto e braço direito de Ricardo Sá Pinto, durante oito anos, que mais aprendeu para um dia se tornar treinador principal, cargo que ocupa agora no FC Noah, da Arménia. Nesta parte I da entrevista, explica como tudo se passou, conta várias histórias dos clubes e países por onde esteve, fala do feitio de Sá Pinto e da maior desilusão da carreira até ao momento

Nasceu em Lisboa. O que faziam os seus pais profissionalmente quando nasceu?
A minha mãe foi hospedeira de bordo vários anos, mas quando nasci ela trabalhava em Portugal, se não me engano nos CTT. Entretanto, os meus pais mudaram-se para Inglaterra, eu fiquei em Portugal até acabar a escola primária, com os meus avós e o meu tio.

Os seus pais mudaram-se para Inglaterra porquê?
O meu pai, que é engenheiro mecânico, estava a tirar um curso no Chelsea College e a minha mãe teve a oportunidade de ir trabalhar para a British Airways, como hospedeira de bordo.

Quantos anos tinha quando eles se mudaram para Inglaterra?
Tinha seis ou sete anos. Os meus pais queriam que eu tivesse pelo menos a primária feita em Portugal e assim que acabei a primária, mudei-me para o sul da Inglaterra, devia ter uns nove/dez anos e estive lá sete anos.

É filho único?
Não, tenho duas irmãs mais novas.

Gostou de viver na Inglaterra?
Adorei. Sinceramente, acho que me ajudou muito no meu futuro. Primeiro, porque eu já era alguém que gostava muito de desporto e na altura Portugal não tinha nem infraestruturas, nem uma cultura desportiva tão enraizada como Inglaterra. Fui para uma escola pública onde tinha quatro relvados naturais de futebol, dois pavilhões, courts de ténis, pistas de atletismo, tinha todas as condições para praticar várias modalidades. Mesmo fora da escola havia uma oferta muito rica.

Em Portugal já praticava alguma modalidade?
Estava na natação, também tinha ginástica acrobática no colégio onde andava. Na altura não jogava futebol federado, só na rua, mas quando fui para a Inglaterra pratiquei tudo e mais alguma coisa. Passei a jogar futebol federado. O desporto escolar lá tem uma componente muito forte e pela escola eu jogava críquete, badmínton, futebol, também iniciei o karaté, nadava. Era desporto o dia todo e nos dias todos, exceto as horas que estava na escola.

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