Nasceu em Torres Novas. É filho de quem?
O meu pai trabalhava para uma empresa de camionagem e a minha mãe começou por ser dona de casa.
Tem irmãos?
Tenho uma irmã 15 meses mais velha.
Cresceu na zona de Torres Novas?
Não. Quando eu tinha um ano, o meu pai teve um acidente de mota, ficou às portas da morte, esteve em coma meses, perdeu o trabalho e a funcionalidade do braço direito. Isso, naturalmente, afetou o rendimento da família. A minha mãe foi tirar um curso de cabeleireira e passou a trabalhar. A vida passou a ser uma coisa diferente. Entretanto, como já havia familiares do lado da minha mãe que tinham emigrado para Moçambique, os meus pais decidiram partir também para tentar melhorar a nossa vida, tinha eu cinco anos. Vivi na África dos cinco aos 15 anos. Uma fase marcante da vida em que criamos a nossa personalidade.
Qual é a primeira memória de infância?
É nadar no tanque de uns tios, quando ainda era muito pequenino. De África, a primeira memória é chegar e ser tudo tão diferente. Havia muita luz, muita gente diferente. E a diferença não era a cor, era a forma de estar e de ser. Os meus tios e a minha avó moravam nos arredores de Lourenço Marques, em frente a uma missão, a missão de S. José de Lahanguene, que frequentei.
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