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A casa às costas

“O Félix era o melhor na capacidade técnica e imprevisibilidade, mas faltava-lhe a seriedade no treino, o foco, o trabalho de um Rúben Dias”

“O Félix era o melhor na capacidade técnica e imprevisibilidade, mas faltava-lhe a seriedade no treino, o foco, o trabalho de um Rúben Dias”
Gualter Fatia

Renato Paiva, de 54 anos, vive no Rio de Janeiro e está à espera que o telefone toque após a saída do Toluca, do México, em dezembro. Nesta entrevista revela-nos pormenores do seu percurso como treinador, que começou na formação do Benfica, onde foi adjunto de Bruno Lage e teve Chalana como adjunto. Entre inúmeras histórias, explica a importância de Jaime Graça e Carlos Carvalhal na carreira, conta como a sua visão do futebol mudou após uma semana a ver os treinos de Guardiola. E revela o que apreendeu ao observar treinadores como Trapattoni, Camacho, Quique Flores, Koeman e Jorge Jesus, entre outros

Nasceu em Pedrógão Pequeno. É filho e irmão de quem?
O meu pai trabalhava na EDP, andava de barragem em barragem. Havia um bairro da EDP, perto da barragem de Pedrógão Pequeno, onde os trabalhadores viviam e eu acabei por nascer em casa. A minha mãe diz que sou tão teimoso que até decidi quando queria nascer, porque um dia antes ela foi ao hospital e os médicos disseram-lhe: “O seu filho não vai nascer agora, pode ir para casa”. A minha mãe conta que pouco depois dela entrar em casa, rebentaram-lhe as águas [risos]. Ela foi sempre doméstica, cuidou de mim e da minha irmã, sete anos mais velha que eu.

Cresceu em Pedrógão Pequeno?
Só lá fiquei três anos, depois fomos para Castelo Branco porque o meu pai foi da barragem do Cabril para a barragem do Fratel.

Quando era pequenino deu muitas dores de cabeça ou foi uma criança calma?
Desde que não me tirassem a bola, eu era calminho. É inacreditável a relação entre mim e a bola, eu dormia com a bola, ia com a bola para todo o lado. Não sei andar de bicicleta, e a minha filha goza muito com este tema, exatamente porque só queria estar com a bola. Os meus amigos iam andar de bicicleta e eu ficava a rematar a bola contra a parede, sozinho.

O que dizia querer ser quando fosse grande?
Futebolista. Era o que eu dizia a toda a gente.

Em casa torcia-se porque clube?
Benfica. Avô, pai, mãe, toda a gente na família.

Da escola, gostava?
Gostava e era bom aluno.

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