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A casa às costas

“O Recreativo do Libolo tinha um feiticeiro. Um dia disse-me: ‘Vamos ter de matar um borrego, senão vamos perder os jogos todos’”

“O Recreativo do Libolo tinha um feiticeiro. Um dia disse-me: ‘Vamos ter de matar um borrego, senão vamos perder os jogos todos’”
RUI DUARTE SILVA

Carlos Vaz Pinto, 50 anos, sonhou um dia ser jogador de futebol profissional, mas os salários em atraso levaram-no a ir para a faculdade tirar um curso e a abraçar mais tarde a carreira de treinador. Tem andado sobretudo por África, mas também foi diretor-desportivo do FC Famalicão durante uns meses. Nesta parte I do Casa às Costas conta como foi parar a Angola, como lidou com os feitiços de uma camisa preta, que ainda usa, e como aprendeu a dançar kizomba com uma das mulheres de um presidente, entre muitas outras peripécias

Nasceu em Penalva do Castelo. O que faziam os seus pais profissionalmente?
Quando nasci, a minha mãe era doméstica e o meu pai trabalhava num escritório de uma empresa de camionagem.

Tem irmãos?
Filho único e muito tranquilo, as únicas dores de cabeça que dei tinham a ver com o futebol, porque queria estar sempre na rua a jogar futebol.

O que dizia querer ser?
Jogador de futebol, porque na família, além do meu pai e dos irmãos dele, que jogaram a nível amador, tinha um tio, António Vaz, irmão da minha mãe, que jogou no Sporting e no FC Porto. Recordo-me de viver muito de perto essas aventuras do meu tio no mundo do futebol. Ele era guarda-redes e foi campeão pelo Sporting, em 1982. Por isso as memórias que tenho de infância estão muito ligadas ao futebol. O meu pai também era guarda-redes, os outros tios já não. Eu também não era guarda-redes, até porque não tinha altura.

Em casa torciam por que clube?
A família do meu pai sempre foi do Sporting, a da minha mãe não, é benfiquista, mas ela tornou-se adepta do Sporting depois de casar com o meu pai.

Da escola, gostava?
Gostava. Era um aluno de serviços mínimos, até entrar na faculdade, altura em que já fazia aquilo que mais gostava porque estava a estudar Educação Física. Mais tarde fiz mestrado em Treino Desportivo.

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