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A casa às costas

“No Brasil tive uma arma apontada à cabeça. A matrícula do meu carro foi clonada. Fiquei com as pernas a tremer durante dois dias”

“No Brasil tive uma arma apontada à cabeça. A matrícula do meu carro foi clonada. Fiquei com as pernas a tremer durante dois dias”
Daniel Jayo

António Oliveira partiu para o Brasil em 2020, como adjunto, e foi lá que teve os primeiros sucessos como treinador principal. Precisou apenas de quatro anos até chegar ao Corinthians, um dos grandes do país, e pelo meio viveu muitas peripécias que não se coibiu de contar. Pai de três filhos, confessa ter o sonho de treinar no top 5 das ligas europeias, elege Carlo Ancelotti como um modelo de liderança e diz que, ao contrário do que acontece no Brasil, precisava ganhar 10 Ligas dos Campeões para ser reconhecido em Portugal

Em 2020, foi adjunto de Jesualdo Ferreira, no Santos, do Brasil. Como reagiu quando recebeu o convite?
Quando o professor Jesualdo Ferreira convidou-me para ingressar na sua equipa técnica, eu só dizia ao meu pai: “Eu vou para o Santos, vou para a equipa do Pelé” [risos]. Era um sonho que se tornava realidade e queremos aproveitar ao máximo todos os segundos, todos os minutos, todos os dias, cada momento no clube, vivê-lo intensamente e aproveitar essa oportunidade. Desde então, o meu percurso tem sido desenvolvido, tirando os seis meses no Benfica B, no futebol brasileiro. Mas não foi o António que escolheu o futebol brasileiro, foi o futebol brasileiro que escolheu o António. Através das oportunidades que foram surgindo, tive de mostrar a minha qualidade e competência e felizmente as pessoas reconheceram isso.

Quais foram as primeiras impressões que teve do jogador brasileiro?
Uma curiosidade enorme por treinar com alguém que vinha do futebol europeu. Uma vontade enorme de trabalhar, de aprender, de experimentar coisas novas. E isso foi algo que me marcou. Mas também houve uma ligação enorme e forte entre mim e o jogador brasileiro e os brasileiros em geral. Houve um carinho enorme, uma forma especial de me receber. No Brasil sinto-me bem. Tenho um reconhecimento que, por exemplo, em Portugal, independentemente das pessoas irem seguindo o meu caminho através dos meios de comunicação social, não é tão valorizado, infelizmente.

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