O norueguês é finalmente aposta de Bruno Lage no Benfica. E não é apenas um médio ofensivo de estética. Simplificando, tem recursos ofensivos de topo para uma equipa que luta pelo título na liga portuguesa, escreve o analista Tomás da Cunha. Agora, dois anos depois da contratação, o futebol fala.
O mercado do Benfica pode trazer novidades, mas a melhor notícia chegou logo no início de janeiro. Depois de 17 minutos em novembro e 15 minutos em dezembro, tema levantado em conferência de imprensa, Bruno Lage mudou radicalmente a visão que tinha sobre um dos principais talentos do plantel. Contra o Braga, para o campeonato, Schjelderup saltou do banco com tempo significativo. Logo a seguir, aproveitou a primeira titularidade da temporada para brilhar na meia-final da Taça da Liga. Faltou-lhe o golo, por “falta de seriedade”. Não satisfeito, marcou ao Sporting e ao Farense. Assistiu duplamente na goleada imposta ao Famalicão. Os factos não mentem: quando teve oportunidade, o norueguês agarrou-a com distinção.
Por mais que tente, Bruno Lage dificilmente conseguirá fugir à sequência de acontecimentos, que aponta para uma reação (duas derrotas consecutivas, com críticas à ausência de determinadas opções) e não para um projeto detalhado e aplicado. Convenhamos, não há nenhum plano de desenvolvimento que contemple a ausência de minutos durante metade da época. Schjelderup é jovem, mas não chegou agora ao futebol sénior. Motivou uma disputa forte no mercado e quis regressar ao clube de origem enquanto esperava a oportunidade, fazendo mais uma época impactante. Podemos discutir a capacidade de adaptação a um patamar superior ao da liga dinamarquesa, nunca o valor futebolístico e o potencial de afirmação ao serviço das águias.
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