Martim Costa, o melhor marcador de Portugal no Europeu de andebol que joga com o irmão na seleção e só se ‘pica’ com ele na PlayStation

Editor
Tem sotaque nortenho, nem a má ligação do telefonema feito quando os jogadores da seleção estão na carruagem de um comboio na Alemanha, em viagem, interfere na sua voz. Martim Costa ainda estava dorido dos encontrões e das colisões contra corpos dinamarqueses. Aos 21 anos, o lateral destro marcou nove golos aos tricampeões mundiais com o seu ímpeto sem travões de armar o braço à caça do que lhe dá “mais prazer” no andebol.
Já estivera, em 2023, no último Mundial onde o falatório tocou ao irmão, Francisco, canhoto que fez faísca na seleção para atrair maior destaque. Agora é ele, mais velho em duas viagens da Terra em torno da sua estrela, que tem sido o mais estelar dos jogadores de Portugal: zero golos à Grécia na estreia, 11 à Chéquia e nove contra a Dinamarca. São 20 tentativas em cheio e a quarta melhor prestação na altura em que a conversa se deu. Martim diz não pensar muito nessas coisas, imaginemos então se o foco estivesse mesmo centrado em disparar bolas à baliza.
A sua vida sempre foi andebol, é filho de Cândida Mota e Ricardo Costa, antigos internacionais, o pai até o treina e ao irmão no Sporting, admite que 80% do seu dia a dia é feito de mãobola, mãobola e mãobola, traduzido à letra de como os dinamarqueses lhe chamam. Portanto, como Mikkel Hansen, um dos melhores da história, dirá, e Martim Costa nem conseguiu falar com ele depois de o defrontar, na segunda-feira, para descobrir: é um dos seus ídolos e “tentava imitar tudo o que fazia” em miúdo. Nunca se fartou de o ver, mas, na seleção, já não dorme no mesmo quarto com o irmão ‘Kiko’, para não se ‘fartarem’ um do outro.
Já recomposto dos choques e 'pancada' toda do jogo contra a Dinamarca?
Um bocadinho, o jogo foi ontem e ainda se notam um bocado as mazelas, mas já deu para recuperar alguma coisa e amanhã já estamos prontos para nova batalha.
Às tantas, estavas a queixar-te da mão direita ainda na primeira parte.
É um problema que já tinha no Sporting, mas nada de mais, caí um bocado mal com a mão. Nada do outro mundo, estou bem.
A Dinamarca é tricampeã mundial e candidata a ganhar tudo. Em campo, é angustiante jogar contra uma equipa destas?
Não sei se é angustiante, acho que é muito gratificante poder partilhar o campo com os melhores jogadores do mundo e a Dinamarca tem muitos deles. É espetacular podermos jogar contra eles, quer dizer que o nosso trabalho tem sido bem-feito para chegarmos a esta posição. Acho que é muito bom partilhar o campo com eles, de longe ser angustiante, nada disso, é um prazer jogar contra os melhores, é para isso que treinamos.
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