Depois da tragédia em Alcochete, o Governo foi rápido a perceber a urgência de mexer no quadro legal sobre violência no desporto. Apanhado pelos acontecimentos em Sofia, o primeiro-ministro condenou severamente a "selvajaria" contra os jogadores e treinadores do Sporting e anunciou mexidas no quadro legal bem como a criação de uma Alta Autoridade para a Violência no Desporto.
"Estamos a trabalhar e a fazer uma avaliação no sentido de, a partir de segunda-feira, se mudar a lei sobre a violência no desporto", anuncou António Costa. Até segunda-feira, a prioridade é garantir que "a festa do futebol", ou seja, "a final da Taça de Portugal" decorrer "com normalidade".
Costa disse que o Governo está "a trabalhar com a Federação Portuguesa de Futebol" e a "avaliar que outras medidas" terão ser tomadas por forma a garantir que o final da Taça decorrerá com segurança. "Não cedemos a ameaças e temos que garantir que a época termina com normalidade", afirmou.
O primeiro-ministro sublinhou o facto de dois Ministérios, o do Desporto e o da Administração Interna, terem de imediato colocado os atos de violência em Alcochete no tôpo da agenda. E divergiu de Rui Rio quando este acusou a excessiva proximidade entre políticos e futebol de ter contribuido para alimentar fenómenos de descontrolo.
"Convém não misturar as coisas. Não foi seguramente por o dr. Rui Rio ter fechado as portras da câmara do Porto ao FCP e por agora essas portas se terem voltado a abrir que estas situações ocorreram", afirmou António Costa, sublinhando que "o desporto é uma forma de transmitir valores e não selvajaria".
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