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Vice-presidente do PSD alvo de hacking de Rui Pinto

Nuno Morais Sarmento
Nuno Morais Sarmento
TIAGO MIRANDA

De acordo com o Ministério Público, Nuno Morais Sarmento foi um dos 25 advogados da firma PLMJ alvo de Rui Pinto. Acusação diz que alegado hacker é autor do blogue Mercado de Benfica que divulgou documentos em segredo de justiça do processo e-toupeira

Hugo Franco, Pedro Candeias e Rui Gustavo

O computador de Nuno Morais Sarmento, vice-presidente do PSD e ex-ministro de Durão Barroso, foi um dos 25 a que Rui Pinto terá acedido ilegalmente na firma de advogados PLMJ, de acordo com a acusação, a que o Expresso teve acesso. Do escritório faz parte também Luís Pais Antunes, ex-secretário de Estado do Trabalho num governo social-democrata, igualmente alvo de hacking do jovem português acusado de sabotagem informática esta quarta-feira pelo Ministério Público.

O alegado hacker, acusado de 147 crimes de sabotagem informática, acesso ilegítimo, violação de correspondência e tentativa de extorsão, terá entrado no sistema informático da firma a 26 de outubro do ano passado, depois de um e-mail com malware enviado a uma advogada da PLMJ, simulando que teria origem na Direção de Finanças de Lisboa.

A advogada suspeitou do e-mail e pediu ajuda ao helpdesk externo da PLMJ. Só que por razões que o MP desconhece, um colaborador da empresa de apoio informático clicou no botão que terá permitido a entrada da Rui Pinto na PLMJ.

No mês anterior, três advogados da PLMJ tinham sido contratados pelo Benfica para defenderem o clube em processos judiciais como o e-toupeira. Terá sido essa a motivação de Rui Pinto para aceder ao sistema informático da firma, segundo o MP.

Rui Pinto terá acedido ao e-toupeira e ficado a saber da estratégia dos advogados do Benfica no caso, a interrogatórios dos arguidos no tribunal, autos e diligências da Polícia Judiciária e peças processuais abrangidas pelo segredo de justiça.

No final do ano passado criou o blogue Mercado de Benfica, ainda de acordo com os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Terá sido nesse blogue em que revelou o material roubado do sistema informático ad PLMJ.

Acedeu também a todos os processos mediáticos que a firma tinha em mãos: Operação Marqês, EDP, Jorge Silva Carvalho, Henrique Granadeiro, Parvalorem, Vistos Gold e Sporting.

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