Segundo a acusação do Ministério Público, Rui Pinto entrou 307 vezes no sistema informático da Procuradoria-Geral da República. Mas a Polícia Judiciária não sabe como. Descobriu apenas que o alegado hacker usurpou a password e username de um funcionário ou de um magistrado do Ministério Público que não foi identificado.
Entre novembro de 2018 e janeiro deste ano, Rui Pinto terá acedido ao SIMP, o sistema informático do Ministério Público, e teve acesso a pastas do Conselho Superior do Ministério Público, ao e-mail do então diretor do DCIAP Amadeu Guerra, a vários documentos e despachos em segredo de justiça e a um documento com o nome completo, número de telefone, correio eletrónico e data de nascimento de todos os magistrados do MP. Todos. E são 1611, segundo os últimos dados do Conselho Superior do Ministério Público.
Ainda de acordo com a acusação, foram apreendidos a Rui Pinto troca de emails entre procuradores, despachos da procuradora-geral adjunta Maria José Morgado. Pelo que se pode ler na acusaçao, Rui Pinto estava sobretudo interessado em processos ligados ao mundo do futebol que envolvessem, por exemplo, o Benfica.
Rui Pinto foi acusado esta quinta-feira pelo DCIAP de 147 crimes: um de tentativa de extorsão, 75 de acesso ilegítimo, um de sabotagem informática e 70 de violação de correspondência (sete deles agravados).
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