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Rui Pinto diz que é “uma espécie de preso político” e acusa MP de proteger crimes no futebol: “É contra esta podridão que eu tenho lutado”

Rui Pinto diz que é “uma espécie de preso político” e acusa MP de proteger crimes no futebol: “É contra esta podridão que eu tenho lutado”

O alegado hacker, que vai permanecer em prisão preventiva, recorreu ao Twitter para publicar um comunicado

Rui Pinto, do Football Leaks, reagiu à decisão judicial conhecida esta quarta-feira que o mantém em prisão preventiva.

“A manutenção da medida de coação de prisão preventiva é simplesmente apenas mais um episódio revelador do terrorismo judicial de que venho sendo alvo”, começou por dizer na mensagem publicada no Twitter, quando passavam poucos minutos das 21h. “O Ministério Público transformou-me numa espécie de preso político, silenciando e proibido de receber visitas de jornalistas, tudo em nome do interesse nacional, e com o objetivo de garantir a proteção da grande corrupção e evasão fiscal.”

Na quinta-feira passada, Rui Pinto foi acusado pelo Ministério Público de 147 crimes: um extorsão na forma tentada, 75 de acesso ilegítimo, um de sabotagem informática e 70 de violação de correspondência, sendo que sete destes são na forma agravada.

A mensagem de Rui Pinto continua: “Nestes últimos seis meses nunca fui abordado por qualquer inspetor da Polícia Judiciária ou procurador do Ministério Público especializado na investigação de crimes financeiros ou de corrupção. Para além disso, não existe nenhuma investigação aos indícios criminais revelados no Football Leaks, nem às diversas denúncias anónimas que submeti através da plataforma de denúncias anónimas do DCIAP, entre os anos 2017 e 2018. E, apesar de ter oferecido a minha total disponibilidade para colaborar com as autoridades portugueses, nos mesmos moldes da colaboração estabelecida com França e Bélgica, o Ministério Público, representado pela procuradora Patrícia Brandão, foi claro ao referir expressamente que apenas pretende a minha colaboração numa lógica de auto-incriminação e não para investigar crimes cometidos por terceiros”.

Rui Pinto acusa ainda o MP de estar a proteger a criminalidade que tem lugar no futebol e ainda de perseguir quem a denuncia. Mais: Pinto diz que o MP está a converter-se num “perigo” para a democracia, “uma máquina autoritária e repressiva”.

E conclui: “É contra esta podridão que eu tenho lutado, e é por isto que sou um alvo a abater. Felizmente terei em tribunal o palco ideal para contar muito do que sei…”.

A mensagem na íntegra

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