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História da estrela de futebol americano acusado de matar dois cabo-verdianos chega à Netflix

História da estrela de futebol americano acusado de matar dois cabo-verdianos chega à Netflix

Jogador de sucesso na NFL, Aaron Hernandez foi condenado à prisão perpétua por homicídio e acabou por suicidar-se na cela depois de absolvido. A série documental “Killer Inside: The Mind of Aaron Hernandez”, dos responsáveis por “Making a Murderer”, procura respostas para as questões em aberto. Já está disponível em streaming

A violência fez parte da sua história desde cedo, mas os comportamentos de Aaron Hernandez também não faziam prever que um dia chegaria a matar. Em 2012 dois cabo-verdianos foram abatidos a tiro dentro de um carro (após uma discussão com Hernandez), e no ano seguinte morreria Odin Lloyd, um amigo, que saberia do papel de Aaron nos homicídios.

O ex-jogador da NFL foi condenado a prisão perpétua e acabou por enforcar-se na cadeia. Mas isso já aconteceu cinco dias após ser absolvido da morte dos dois afroamericanos. Quanto a Odin Lloyd, não sabia afinal de informações sobre as supostas mortes do ano anterior. O segredo que Aaron Hernandez temia ser revelado era a homossexualidade.

A verdade é que a ascensão de Aaron Hernandez foi tão rápida quanto a sua queda. Nascido em 1989 no Connecticut e filho de pais com origem porto-riquenha e italiana, teve na morte do seu pai, aos 16 anos, um evento decisivo. Era o progenitor quem o mantinha na linha e, depois do seu desaparecimento, a vida de Aaron começou a mudar. Antes de chegar aos New England Patriots, onde se destacou entre 2010 e 2013 em três temporadas — o último contrato que assinou valia 40 milhões de dólares —, as suas companhias não foram as melhores. Viria a provar-se que continuaram a não ser as mais recomendadas.

Com uma educação muitas vezes abusiva, Aaron mostrou ter um crescente fascínio pela vida dos gangues locais. Mas há outros fatores que poderão explicar o seu comportamento: as concussões que sofreu ao longo da carreira terão provocado graves lesões cerebrais e é possível que tenham contribuído para as tragédias a que o nome de um dos maiores talentos da NFL ficará para sempre ligado. Poderão concussões repetidas tornar alguém assassino? Aaron Hernandez sofria de um estado avançado de encefalopatia traumática crónica.

A série documental, dividida em três partes, conta com imagens exclusivas dos tribunais, telefonemas de Hernandez da prisão e entrevistas com quem conhecia Hernandez e Lloyd. De acordo com os criadores de “Killer Inside: The Mind of Aaron Hernandez”, produzida pelos responsáveis de “Making a Murderer”, faz um exame meticuloso à “tempestade perfeita de fatores que levam ao julgamento, condenação e morte de um atleta que aparentemente tinha tudo”. Já está disponível em streaming na Netflix.

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