Quem é Pedro Dias, o novo secretário de Estado do Desporto que gosta de adormecer a ler e pensou o futsal português que reina no mundo

Editor
Um secretário de Estado do Desporto com pegada distinguível no desporto, sem requerer dotes de cão pisteiro que fareje por traços que comprovem a sua experiência na área, é uma certa novidade.
O último detentor dessa responsabilidade, João Paulo Correia, tinha de vice-liderado o grupo parlamentar do PS, era deputado, só tivera vida governamental enquanto assessor na secretaria de Estado dos transportes, mas presidira ao Clube de Futebol de Oliveira do Douro. Antes, a pasta desportiva coube a outro deputado socialista, gestor de empresas: João Paulo Rebelo fora antigo diretor de uma sociedade de reciclagem e trabalhou com a Microsoft. Não é de estranhar, então, que o líder do Comité Olímpico de Portugal (COP) abra uma exceção à regra por si criada, ao saber quem aceitou o convite para suceder aos dois descritos.
José Manuel Constantino não costuma falar acerca de governantes, mas, sem pudores, aceita fazê-lo no caso de Pedro Dias. Precisamente por ser-lhe suspeito. Entre os variados cargos passados e presentes do novo secretário de Estado do Desporto, pertencer, até esta semana, à comissão executiva do COP deixou o presidente da entidade “naturalmente satisfeito e agradado” com a sua nomeação. Antes da estima pessoal, vincou o que a sua chamada representa. “Vem da área desportiva, na componente técnica. Não creio que seja alguém com um percurso político ou partidário”, diz à Tribuna Expresso, louvando a “experiência” do agora dono da pasta do Desporto no Governo porque “é distinta da que tem caracterizado o preenchimento destas funções”.
Há quase década e meia a adubar, com minúcia, o futsal nacional na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde tinha a tutela da modalidade de pavilhão hoje com mais praticantes no país, Pedro Dias tinha, em linguagem desportiva, ‘moral’ para falar. Antigo futebolista e outrora jogador de futsal, foi campeão universitário quando ainda se chamava futebol de salão ao que tem hoje Portugal como bicampeão europeu e detentor do título mundial. Ao currículo vasto que José Manuel Constantino reproduz em “competência técnica elevada”, junta “a dimensão humana” de alguém com “características” que espera “possam ser traduzidas” em “produção política” para “melhorar o sistema desportivo nacional”.
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