Automobilismo

O Rali de Portugal só está na estrada agora, mas eles já andaram aí

O Toyota de Ogier em Montalegre
O Toyota de Ogier em Montalegre

A prova portuguesa do Mundial de ralis apenas começou agora, mas as principais equipas do WRC já se tinham feito à estrada por cá: estiveram a treinar em Portugal entre 29 de abril e 3 de maio

O Rali de Portugal só está na estrada agora, mas eles já andaram aí

Rui Cardoso

Jornalista

Com os primeiros troços cronometrados a decorrer esta sexta-feira, 16 de maio, logo de manhã, é bom frisar que, sendo os treinos importantes em qualquer modalidade, no desporto automóvel ainda o são mais. É nos dias anteriores ao Rali de Portugal que as principais equipas fazem as últimas afinações de mecânica e suspensão, pneus, etc., para além de avaliarem o estado dos pisos tendo em vista os dias da prova.

Como não podia deixar de ser, as formações de topo que disputam o Mundial de Ralis (WRC), ou seja, Toyota, Hyundai e M Sport (Ford), estiveram por cá entre finais de abril e princípios de maio.

No caso da Toyota, alguns dos pilotos fizeram testes em zonas próximas do rali. Foi o caso de Rovanpera na Pampilhosa da Serra, Elfyn Evans em Cadafaz (Góis) ou de Katsuta em Sever do Vouga. Já Ogier andou por Montalegre, longe, portanto, dos traçados deste ano.

A Hyundai apostou sobretudo no Minho, com Tanak na Senhora da Cabeça (Viana do Castelo), Thierry Neuville (campeão da época passada) em Candemil (Vila Nova de Cerveira) e Fournaux em Rebordelo (Amarante).

O Hyundai de Fourmaux em Amarante

Quatro campeões do mundo

A edição deste ano tem a curiosidade de pôr em confronto quatro campeões do mundo (Sébastien Ogier, Kalle Rovanperä, Thierry Neuville e Ott Tänak). A par de sete campeões nacionais: Armindo Araújo, Ricardo Teodósio, José Pedro Fontes, Pedro Leal e Kris Meeke, sendo que este último venceu a edição de 2016 do Rali de Portugal ao volante de um Citroën.

No entanto, e como ainda o ano passado me contava o tetracampeão nacional de ralis, Carlos Bica, nos anos 80 ou 90 um piloto português que tivesse um carro à altura podia ter a esperança de ser um dos dez primeiros a passar em pista, o que, quer do ponto de vista desportivo, quer do retorno dos patrocinadores, era tudo menos despiciendo.

Com as regras em vigor, separando os carros de tração integral (WRC) dos restantes (WRC2 e afins), os portugueses estão condenados a não aparecer antes da quadragésima ou quinquagésima posição. O público fiel fica sempre à espera, mas não é a mesma coisa.

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