Neemias navega pela linha de fundo do court. Segura uma bola, daquelas com uma reforçada capacidade para saltar. É pequena por natureza, mas na sua mão parece um átomo. Martela o chão atirando o objeto contra o pavimento de madeira do pavilhão. Um banco senta jovens que aguardam para entrar dentro das quatro linhas. Distraem-se na querela basquetebolística. Neemias passa-lhes nas costas e escolhe um alvo, toca no ombro da vítima e foge pelo lado oposto. O engraçado conseguiu concretizar a partida. O rapazinho ficou à nora e o rapagão conseguiu que os seus 2,13m parecessem invisíveis.
Fica no ar: andará o matulão no balneário dos Boston Celtics, os campeões da NBA, a ludibriar Jayson Tatum ou Jaylen Brown? Que atire a primeira pedra quem, por razões de diversão, já fez este truque. Acumular-se-á material suficiente para erguer um castelo. Afinal, Neemias é gente como a gente.
Tem que existir um motivo válido para 40 jovens até aos 17 anos, trocarem a praia por um abafado pavilhão durante quatro dias. Fazem-no porque o motivo é forte. Neemias Queta organizou o primeiro campo de treinos com o seu nome em Portugal. “A maior parte dos meus colegas fazem campos de treino durante o verão. Sempre me disseram o quão gratificante e o quão bom é dar algo de volta à comunidade ou poder ajudar crianças a perceberem o que querem fazer da sua vida”, explica o jogador.
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