Depois de se travar com todas as suas armas frente à Sérvia, Portugal foi derrotado por 41 pontos pela Turquia (95-54). A eficácia ofensiva voltou a ser um problema para a equipa de Mário Gomes, que terá as grandes decisões na segunda e quarta-feira
Jornalista
Chegou a parecer heróica, por vezes, a exibição da seleção nacional frente à Sérvia, frente ao gigante, em tamanho e talento, Nikola Jokić, frente uma das maiores favoritas à conquista do EuroBasket, quase um imperativo histórico para esta geração de jogadores. Mas a realidade é dura, a derrota contra a Sérvia natural e frente à Turquia outro duelo frente a colossos estaria à espera da equipa de Mário Gomes.
É certo que este não é o campeonato de Portugal, as hipóteses estarão mais nos jogos com a Letónia e Estónia, mas a tal realidade chama-se realidade por alguma razão. E contra a Turquia, ela bateu de frente contra a seleção nacional, de forma demolidora.
Num jogo em que somou turnovers e voltou a sofrer muito com a eficácia ofensiva, Portugal terminou severamente derrotado por 95-54, num encontro em que ao intervalo já perdia por 24 pontos de diferença (51-27).
Desde cedo que o processo ofensivo da Turquia deu problemas a Portugal, incapaz de travar os bloqueios do adversário. Alperen Şengün, conhecido por Baby Jokić porque com o jogo do sérvio partilha muitas das suas mais-valias, juntou a sua capacidade no ataque, o exímio jogo de pés e a facilidade de lançamento e no um-contra-um para ferir ainda mais uma seleção nacional que pareceu pouco fresca depois das emoções do dia anterior. Ainda na 1.ª parte, a energia de Travante Williams transformou-se em três faltas que enviaram um dos melhores defensores de Portugal para o banco.
Tal não ajudou à modesta causa nacional. Também não ajudou que quando Şengün não estava em campo, outro gigante, Yurtseven, brilhava no seu lugar. Em simultâneo em campo tornaram o arranque do 3.º período foi a estocada final para Portugal e a vantagem turca rapidamente subiu para os três dígitos. Quando conseguia travar o poderoso jogo interior da Turquia, era o lançamento exterior que resultava, enquanto a seleção nacional lutava com a eficácia do seu tiro de dois pontos (36% de acerto em todo o jogo).
O último período serviu para poupanças. Os melhores da Turquia descansaram para o que ainda aí vem, nomeadamente a grande final do grupo, frente à Sérvia, na quarta-feira (antes, na segunda, jogam com a Estónia) e Neemias também foi poupado, num jogo ainda assim mais positivo (15 pontos, sete ressaltos) depois de ser bem manietado pela Sérvia na véspera.
Para Portugal as decisões não estavam aqui, embora uma derrota por 41 pontos deixe, naturalmente, as suas marcas. Domingo será para lamber essas feridas e a partir de segunda-feira a seleção nacional joga a sua vida neste EuroBasket. Frente à Letónia a tarefa será complexa, contra a Estónia as hipóteses aumentam. Passar a fase de grupos ainda está nas mãos dos jogadores portugueses.
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