A liga volta a pisar solo chinês esta semana pela primeira vez desde 2019, quando o apoio de um dirigente dos Houston Rockets aos manifestantes pró-democracia em Hong Kong levaram o país a virar as costas à NBA
Jornalista
A China congelou as relações com a NBA há seis anos, depois de um de Daryl Morey, então general manager dos Houston Rockets, ter dado o seu apoio aos manifestantes pró-democracia em Hong Kong, antiga colónia britânica que tem enfrentado uma repressão crescente às liberdades civis.
No entanto a relação entre o país e a liga parece apresentar melhorias, já que estão agendados dois jogos de pré-época para esta sexta-feira e domingo entre os Brooklyn Nets e os Phoenix Suns, que vão realizar-se numa arena do hotel e casino Venetian, em Macau, avança a BBC.
Os jogos estão inseridos numa parceria plurianual entre a NBA e a gigante tecnológica chinesa Alibaba, anunciada no final do ano passado. Os Brooklyn Nets são propriedade de Joseph Tsai, presidente da empresa. Este é também um regresso a Macau dado que desde de 2007 que não se realizavam jogos da NBA na região autónoma.
A liga vai transmitir os jogos como parte de um dos esforços para alcançar uma audiência cada vez maior de fãs de basquetebol norte-americano na China. O comissário da liga, Adam Silver, afirmou à agência noticiosa AFP que existe “um enorme interesse na NBA em toda a China”.
Uma análise da emissora desportiva norte-americana ESPN, realizada em 2022, estimou o valor da NBA China — a divisão responsável pelas operações da liga no país — em cerca de 5 mil milhões de dólares (aproximadamente, 4,3 mil milhões de euros).
A popularidade do basquetebol no país disparou quando o jogador chinês Yao Ming foi escolhido pelo Houston Rockets em 2002. Em 2019, a NBA estimou que 300 milhões de pessoas na China praticavam basquetebol.
A China suspendeu as transmissões da NBA em canais de televisão e plataformas de streaming chinesas depois de Daryl Morey ter publicado nas redes sociais a mensagem “Lutem pela liberdade. Apoiem Hong Kong.”
Na altura, a cidade era palco de protestos frequentes contra a erosão da liberdade de expressão e do direito de reunião, que culminaram com a aprovação de uma lei de segurança nacional pela China, destinada a reprimir a dissidência. Pequim afirmou que a medida era necessária para manter a ordem.
Contudo as transmissões dos jogos da NBA regressaram gradualmente à televisão chinesa com os fãs chineses a manifestarem um grande entusiasmo pelos encontros que se aproximam.
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