A 9 de julho, o seu advogado confirmava à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, que Luís Filipe Vieira decidira suspender as funções enquanto presidente do Benfica. Esta quinta-feira, seis depois volvidos e depois de Rui Costa ter assumido interinamente a sua posição, Vieira optou agora por renunciar à presidente do clube e da SAD.
A informação foi confirmada pela Tribuna Expresso junto de fonte oficial do clube. Luís Filipe Vieira terá comunicado a decisão ao presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Benfica, por carta.
Segundo o artigo 45.º dos Estatutos do Benfica, o efeito da renúncia "não depende de aceitação e produz-se no último dia do mês seguinte àquele em que for apresentada, salvo se entretanto se proceder à substituição do renunciante" - algo que já aconteceu. Portanto, a decisão tem efeitos imediatos.
Luís Filipe Vieira comunicou a renúncia um dia após o Conselho Fiscal anunciar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que o iria afastar da presidência do Conselho de Administração da SAD nos próximos 30 dias.
Em causa estava o "teor" das medidas de coação aplicadas a Vieira no âmbito da investigação da Operação Cartão Vermelho, em especial, a proibição de contactar com outros membros do referido órgão da SAD do Benfica - além de prisão domiciliária e dos €3 milhões de caução aplicados pelo juiz Carlos Alexandre.
O agora ex-presidente do Benfica foi inicialmente detido para interrogatório devido a suspeitas de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Luís Filipe Vieira chegou à presidência do Benfica em 2003, sucedendo a Manuel Vilarinho por uma então margem recorde (87% dos votos). Em outubro do 2020 foi reeleito para um sexto mandato (62,59%) e, antes de o sufrágio o reconduzir no cargo, já tinha garantido: "É mesmo o meu último mandato".
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