A SAD do Benfica conseguiu alcançar o objetivo de se financiar em 35 milhões de euros, mas, ao contrário das emissões anteriores, a procura por parte dos investidores foi reduzida: não chegou a alcançar os 35,2 milhões de euros.
Segundo os números revelados esta segunda-feira, 26 de julho, pela Euronext, a gestora da Bolsa de Lisboa, a SAD do Benfica nunca teve tão poucos investidores a subscrever as suas obrigações. Foram 1887 aqueles que subscreveram as obrigações, sendo que 88 dos quais colocaram mais de 50 mil euros. O número é o mais baixo de sempre nas operações feitas pela SAD, sendo que nunca tinha tido menos de 3.000 participantes na operação.
Estes valores são inferiores à média das obrigações emitidas pela Benfica SAD. A empresa, hoje comandada por Rui Costa e com Domingos Soares de Oliveira na liderança financeira, costuma financiar-se em €40 milhões e costuma ter 4.758 investidores a subscrever estes títulos.
Números que não foram alcançados nesta emissão, apanhada pela detenção e constituição de Luís Filipe Vieira como arguido na investigação Cartão Vermelho e que acabou com a sua saída da presidência do Benfica, em que foi substituído por Rui Costa.
Na emissão realizada no ano passado, o Benfica pretendia emitir 35 milhões de euros, mas aumentou depois o volume aos €50 milhões, sendo que a procura até superou os 69 milhões de euros. Como isso aconteceu, teve de haver rateio (distribuição pelos investidores por procura ser superior às obrigações).
Houve rateio na emissão deste ano, mas muito limitado, tendo em conta que a procura só superou a oferta em 180 mil euros. Em 2020, a emissão contou com a subscrição de 3.688 investidores.
Estas obrigações, agora colocadas no mercado, dão um juro de 4% ao investidor, sendo que o Benfica tem de reembolsá-las a 28 de julho de 2024.
A operação serve para a SAD diversificar as fontes de financiamento, compensar o reembolso de quase 20 milhões de euros na emissão que vencia em 2021 e ainda desenvolver a atividade corrente.
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