Textor e "Rei dos Frangos" adiam possíveis mudanças na SAD do Benfica para pós-eleições

Acordo entre acionistas esgotava-se dia 15 de setembro, mas americano comunicou no Twitter que será um tema para a próxima direção do clube
Acordo entre acionistas esgotava-se dia 15 de setembro, mas americano comunicou no Twitter que será um tema para a próxima direção do clube
Jornalista
O americano John Textor e o empresário José António dos Santos, conhecido como "Rei dos Frangos", acordaram que as possíveis mudanças acionistas na SAD do Benfica por si protagonizadas só irão acontecer depois das eleições, já com a nova direção. A informação foi transmitida no twitter oficial de Textor, um dia depois de o próprio clube ter pedido que Luís Filipe Vieira só vendesse a sua parcela na SAD do Benfica precisamente depois dessas eleições, agendadas para 9 de outubro.
No tweet publicado esta terça-feira, 14 de setembro, Textor escreve que as duas partes “acordaram suspender a relação contratual até os associados do SLB confirmarem a sua escolha de direção”. O acordo iria terminar esta quarta-feira, dia 15. Na segunda-feira, o Expresso contactou o advogado de José António dos Santos sobre o fim deste prazo, mas não obteve resposta.
Textor acordara com José António dos Santos a compra de 25% do capital da SAD do Benfica, o que fez com que o empresário da zona de Leiria – e até ser constituído arguido na investigação Cartão Vermelho presidente da administração do Crédito Agrícola da Lourinhã – chegasse a acordo com outros acionistas, como José Guilherme e a Quinta de Jugais, para alcançar aquele peso acionista. Neste momento, José António dos Santos e o seu Grupo Valouro têm-lhe atribuída uma posição de 23,11% graças a essas compras.
Esse acordo tinha condições: era necessária a luz verde do clube, caso Textor (hoje investidor no inglês Crystal Palace) fosse considerado um concorrente do Benfica. O clube presidido pelo demissionário Rui Costa adiantou que iria votar desfavoravelmente esse investimento, mas não chegou a haver uma assembleia-geral que formalizasse tal intenção.
Agora, as duas partes acionistas nesse negócio acionista atiram para depois das eleições, com uma estrutura diretiva legitimada por eleições, uma decisão sobre mudanças na estrutura da SAD. Ainda com Luís Filipe Vieira, e com Rui Costa na administração, o Benfica já tinha a intenção de fazer entrar um ou mais investidores e parceiros no capital da SAD (aliás, foi uma das justificações para ter tentado avançar com a OPA sobre a SAD, que foi travada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários).
Foi para depois das eleições que o clube pediu que Luís Filipe Vieira atirasse também a sua decisão sobre os 3,28% do capital da SAD. Vieira tem sempre de comunicar ao Benfica a intenção de venda das ações, já que há um direito de preferência, e indicou na semana passada isso mesmo: tinha um comprador disponível para comprar as suas ações por 7,80 euros, o que obrigaria a um investimento total de 5,9 milhões de euros do clube.
O Benfica enviou uma carta ao ex-presidente, queixando-se da falta de informações (quem era o comprador – José António dos Santos negou sê-lo) e pediu que pensasse nos “superiores interesses” do Benfica e deixasse a decisão sobre o exercício do direito de preferência para a próxima direção.
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