O Barça é uma casa a arder, porventura mais pelo que acontece fora do relvado do que dentro, mas ambos os cenários sofrem com a saída de um homem: Lionel Messi. O presente e futuro de Ronald Koeman, para muitos já condenado ao despedimento, vão dependendo de jogos como aquele que acontecerá na quarta-feira, no Estádio da Luz, contra o Benfica, um clube que conhece bem.
A passagem de Koeman pelo Benfica (2005/06), apesar de ter conquistado a Supertaça e de ter vencido o FC Porto de Co Adriaanse nos dois jogos da liga, ficou sobretudo marcada pela caminhada na Liga dos Campeões, que ironicamente foi interrompida pelo Barcelona de Frank Rijkaard. Antes disso, os lisboetas eliminaram o Manchester United na fase de grupos e depois o Liverpool nos ‘oitavos’, com vitórias na Luz e em Anfield. A equipa de Rafa Benítez era a campeã europeia em título. Também por isso, por essas memórias frescas na lembrança, o holandês guarda respeito pelo clube lisboeta.
“Não sei se é a equipa em melhor forma, mas sabemos que é uma equipa forte, tenho a experiência de saber quão grande é”, disse esta manhã, na conferência de imprensa de lançamento do duelo, aqui citado pelo “Mundo Deportivo”. “Será um jogo bonito, precisamos de obter um bom resultado, com dois estilos distintos, creio que podemos esperar um jogo interessante.”
Koeman, que rejeitou a ideia de este se tratar de um jogo decisivo, admite que espera um jogo complicado. “Sei o ambiente que pode haver no campo e a força que [o Benfica] tem em casa. Não é uma equipa que abra muito o campo, que deixe muitos espaços, pois a mentalidade portuguesa é controlar o jogo e com qualidade à frente para surpreender o adversário”, explicou, admitindo depois que terá de haver atenção para “anular” as transições dos portugueses - “sabemos que são perigosos nos contra-ataques”.
Quando questionado se o Benfica terá respeitinho ou jogará para a frente, refletiu: “É sempre bom ter respeito pelo rival, mas se o árbitro apita, há que tentar perder esse respeito. Eles jogam em casa e vão ter o ambiente a favor deles, vão tentar atacar para ganhar. Não é uma equipa que jogue para não perder. E nós temos a mesma intenção em casa ou fora, ter o domínio do jogo para ganhar”.
Sobre o plano de jogo, para além da obviedade de referir que o Barça joga para ganhar, Koeman disse: “A nossa intenção é controlar, ter a bola e encontrar os espaços com os jogadores que temos. Outro dia, jogámos quase sem extremo direito. Faltam-nos jogadores de linha, por isso há que encher o meio do campo com jogadores. Com qualquer sistema se pode pressionar o adversário, o sistema não é o mais importante, mas sim o que queremos e onde podemos pressionar o rival”.
O Benfica-Barcelona joga-se na quarta-feira, no Estádio da Luz, a partir das 20 horas. Os portugueses têm um ponto, depois do empate com o Dynamo Kiev, enquanto os catalães estão na última posição do grupo, com zero pontos, depois da derrota sofrida contra o Bayern (0-3).
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