Há mudanças – e não são poucas – na administração da SAD do Benfica para o próximo mandato. O clube liderado por Rui Costa propõe que o conselho, hoje em dia com cinco membros, passe a ter seis elementos e, entre eles, passe a haver duas mulheres, algo que, até aqui, não acontecia. Quem está de saída terá de demitir-se, ou há ameaça de destituição sem justa causa.
Domingos Soares de Oliveira fica na SAD do Benfica para o próximo mandato, como já se assumia nos últimos tempos. Continuará como um dos vogais da equipa de Rui Costa, que vê três colegas a sair: José Eduardo Moniz, Miguel Moreira (suspeito nas investigações judiciais de fraude fiscal no Saco Azul, em que Soares de Oliveira também é arguido como representante do Benfica) e Sílvio Cervan.
Cervan sai da SAD, mas fica na direção do Benfica. Já Luís Paulo da Silva Mendes e Manuel Brito, que já estavam na recente direção do clube, são agora propostos para a SAD, segundo a proposta que deu entrada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A eles juntam-se duas gestoras (uma inovação na SAD do Benfica, que não tinha nenhuma representante do género feminino): Gabriela Câmara Pestana; e Maria do Rosário Correia, com experiência na gestão de fundos de investimento (Sixty Degrees e Fundiestamo, tendo sido também administradora da Pharol). Com esta nova composição, entre os três grandes, a SAD do Benfica fica com duas gestoras, acima da SAD do Sporting (uma) e abaixo da SAD do FCP (três).
A eleição dos órgãos sociais da SAD do Benfica para 2021/2025 é o único ponto na agenda da assembleia-geral de 6 de janeiro. O clube é o principal acionista da SAD, pelo que consegue sozinho aprovar os órgãos sociais propostos, sendo que até ao final do ano há ainda por resolver o acordo para a compra e venda de uma participação de até 25% da SAD do Benfica entre o rei dos frangos, José António dos Santos, e o investidor americano John Textor.
Benfica admite destituições sem indemnizar
Na convocatória à AG, o Benfica, enquanto acionista da SAD, propõe a eleição da administração, “eventualmente precedida, se necessário, de destituição sem justa causa dos membros do Conselho de Administração, que oportunamente não renunciem ao respetivo cargo”. Miguel Moreira e Moniz são aqueles que saem da SAD e não estão na direção do clube.
No que diz respeito ao conselho fiscal e à mesa da assembleia, a proposta do clube fica “condicionada à apresentação da renúncia dos membros do Conselho Fiscal e da Mesa Assembleia Geral atualmente em funções”, para posterior “eleição de parte ou totalidade dos membros do Conselho Fiscal e da Mesa Assembleia Geral para o quadriénio 2021/2025”.
Nuno Magalhães, antigo deputado à Assembleia da República pelo CDS, é o nome avançado pelo clube para a presidência da mesa da assembleia-geral, cargo que já ocupava, mantendo o mesmo vice, Pedro Faria. Já Telmo Correia, ainda deputado pelo CDS, é apontado como secretário. João Cordeiro Augusto continua como presidente do conselho fiscal.
Esta é a lista dos órgãos propostos à AG de 6 de janeiro:
Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Nuno Miguel Miranda de Magalhães
Vice-Presidente: Pedro Miguel Santiago Neves Faria
Secretário: Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia
Conselho de Administração
Presidente: Rui Manuel César Costa
Vogal: Domingos Cunha Mota Soares de Oliveira
Vogal: Luís Paulo da Silva Mendes
Vogal: Manuel Ricardo Gorjão Henriques de Brito
Vogal: Maria Gabriela Rodrigues Martins da Camara Pestana
Vogal: Maria do Rosário Amado Pinto Correia
Conselho Fiscal
Presidente: João Albino Cordeiro Augusto
Vogal: Carlos Alberto Barreto da Rocha
Vogal: Maria Ema de Assunção Palma
Suplente: Rui Manuel Frazão Henriques da Cunha