Noronha Lopes: “Rui Costa teve todas as condições para transformar o Benfica e não o fez. Houve um falhanço desportivo estrondoso”
Loading...
João Noronha Lopes quer tornar o Benfica num projeto ganhador, pôs “as contas em ordem” e aproximar o clube dos adeptos. Em entrevista à SIC Notícias, o candidato teve críticas para Rui Costa e e Luís Filipe Vieira, que “vai trazer os problemas pessoais para o Benfica”, e explicou que o clube precisa de estabilidade. Caso seja eleito, Nuno Gomes vai supervisionar o futebol e explicou que os encarnados precisam de “símbolos e sonhos”. Já escolheu também um diretor-geral, mas não disse quem é por ainda estar ligado a outro clube
Seis candidatos disputam, no dia 25 de outubro, a presidência do Benfica. De forma a dar exposição aos pretendentes e às respetivas ideias, a SIC Notícias já recebeu Cristóvão Carvalho, João Diogo Manteigas e Martim Mayer. Esta quinta-feira, é a vez de João Noronha Lopes explicar, na antena da SIC Notícias, o projeto que idealizou para o futuro do clube da Luz.
"As figuras do passado ou o futuro?", começa por questionar o candidato, que aponta que o Benfica "está há 20 anos com as mesmas pessoas e com as mesmas práticas".
Nos últimos quatro anos, após a derrota no sufrágio de 2020, Noronha Lopes afirma ter estudado "profundamente" o clube, "a realidade europeia" e uma forma para fazer "crescer a marca" Benfica.
Apesar de elogiar Rui Costa enquanto figura de destaque no universo encarnado, reconhece que o ex-jogador não atingiu nem os objetivos financeiros, nem os desportivos ao longo do mandato 2020-2025.
Considera, por isso, que é hora de promover mudanças:
"O meu projeto assenta em quatro pilares fundamentais. Primeiro, um projeto desportivo ganhador. Segundo, sustentabilidade financeira - pôr as contas em ordem. Terceiro, defender o Benfica e quarto aproximar mais os sócios."
Nuno Gomes, Vítor Paneira e um diretor-geral "com experiência"
Para levar a cabo o projeto que idealizou para o clube, Noronha Lopes contará com o auxílio do ex-jogador Nuno Gomes, que assumirá o cargo de vice-presidente para o futebol, e do também ex-jogador Vítor Paneira, que "vai ter um papel fundamental na ligação entre a estrutura do futebol e a equipa".
Contará ainda com um diretor-geral, que, garante, já está escolhido, não adiantando qualquer nome com a justificação de que o profissional em questão "tem contrato com outro clube".
"É uma pessoa que conhece o Benfica, que tem experiência no futebol português e que tem conhecimentos do futebol internacional. É uma pessoa que será apresentada em breve e que representará uma grande aquisição para o Benfica e que nos vai permitir ganhar mais."
Por considerar que a formação é uma das pedras basilares do Benfica, garante fazer um "investimento sem precedentes" nas camadas jovens, e na respetiva estrutura.
"Tenho toda a confiança que vou ganhar as eleições"
Um tema incontornável nestas eleições que se aproximam é a candidatura do antigo presidente, Luís Filipe Vieira, uma figura que Noronha Lopes acredita que trará "os problemas pessoais" para o clube.
"Se estivesse no lugar dele, obviamente, não me candidataria", diz.
Aproveita o embalo para referir que estas eleições não podem ser um pretexto "para lavar roupa suja entre Rui Costa e Luís Filipe Vieira", afiançando que superará os dois candidatos e que será eleito presidente das 'águias': "Tenho toda a confiança de que vou estar na segunda volta e que vou ganhar as eleições."
Outra das questões fundamentais no universo benfiquista, e também em todo o futebol nacional, são os direitos televisivos. Quanto a essa matéria, o candidato assegura que não permitirá que o Benfica perca dinheiro:
"Aquilo que nós queremos é receber aquilo que é proporcional àquilo que nós representamos para o futebol português e eu vou ser intransigente na defesa dos interesses do Benfica [...] A primeira coisa que eu farei quando for eleito presidente do Benfica é pedir uma audiência ao Presidente da Federação [Portuguesa de Futebol] ao Presidente da Liga e ao Governo para garantir que o Benfica está dentro deste processo."
Outro tema que paira na atmosfera encarnada é o 'Benfica District', um projeto que Noronha Lopes não considera uma prioridade. Ao contrário do aumento da lotação do Estádio da Luz, que pretende alargar para 83 mil lugares.
Quem não escapou às críticas foi o rival Sporting, clube que o gestor acusa de ter "condicionado" e "pressionado", pela voz de Frederico Varandas, os árbitros.
"Olhe para os órgãos da federação e vê-se claramente que há uma desproporção entre aquilo que são as pessoas do Benfica e as pessoas do Sporting [...] Mas mais do que isso, o Benfica tem que saber defender-se na altura própria. E, portanto, quando o Presidente Varandas faz declarações no mês de Fevereiro e que condicionam e pressionam os árbitros, é obrigação do Presidente do Benfica responder. Tem que responder, não são comunicados fofinhos e com cheios de floreados que defendem o Benfica. E mais, depois da Taça de Portugal, e aquilo que se passou na Taça de Portugal é uma vergonha, é uma vergonha. O Benfica foi espezinhado na Taça de Portugal. E aquilo que se passou depois na Taça de Portugal foi que, depois da Taça, o Benfica faz um comunicado e depois, dois dias depois, há uma reunião de presidentes dos clubes e o Benfica fica calado", acrescenta.
Ainda em tom acusatório, Noronha Lopes afirma que Pedro Proença, presidente da FPF, "já prejudicou o Benfica várias vezes". Razão pela qual confessa não perceber o porquê de o Benfica ter apoiado o ex-árbitro:
"Pedro Proença faltou ao respeito ao Benfica a propósito da centralização. Questionou o valor do Benfica enquanto maior clube português relativamente àquilo que o Benfica achava que tinha direito."
Sobre as contas do clube, lamenta que a situação financeira seja "preocupante". Para contrariar esse facto, aponta que é imperativo que o Benfica aumente as receitas próprias e corte nos custos.
"Os custos dispararam de 55 para 90 milhões de euros, a operação do estádio triplicou e eu digo isto não é só baseado na situação do Benfica, porque eu comparei aquilo que se passa no Benfica com uma pool de clubes semelhantes de outros países e, portanto, claro que se está a gastar dinheiro a mais. nomeadamente nos fornecimentos e serviços externos. Agora, os problemas do Benfica não se resolvem só cortando nos cultos", explica.
De forma a aumentar os lucros e a expandir a marca, Noronha Lopes informa que tem já um acordo estabelecido com "uma das maiores empresas de merchandising do mundo".