O que faltou ao Benfica?
“Faltou, na primeira parte, marcar, porque acho que aí o jogo foi equilibrado mas houve mais oportunidades para nós, tivemos quatro e é muito difícil criar tanto e não fazer. Ao intervalo, diria que o resultado era extremamente injusto, diria que deveríamos estar a ganhar ou, como mínimo, a empatar. Na segunda parte, o início é parecido, depois o segundo golo muda completamente a direção do jogo.
Não se pode sofrer, é uma bola parada ofensiva nossa com um posicionamento correto na transição, mas que depois se perderam posições e perdeu-se na velocidade, e a equipa caiu psicologicamente e veio ao de cima uma diferença muito grande que já sabíamos - ele tinha quatro extremos muito rápidos, dois no campo e dois no campo, sabia perfeitamente que quando o jogo entrasse nos últimos 30 minutos eles tinham motores completamente diferentes dos nossos.
Se tivéssemos em vantagem ou, pelo menos, em igualdade, podíamos compactar e e esconder um bocadinho essas debilidades e essa diferença de ritmo e velocidade. A perder 2-0, a equipa quis, depois quebrou física e mentalmente e sofremos. Não sofremos na primeira parte, acabámos por sofrer nos últimos 15, 20 minutos.”
Tomás Araújo a lateral esquerdo
“Correu bem. O Tomás teve um jogo bastante equilibrado. Acabámos por não sofrer nenhum golo de bola parada mas penso que foi evidente que cada bola parada era meio golo, que era um domínio tremendo de uma equipa com uma fisicalidade incrível. Se imaginarmos o Dahl a jogar em vez de jogar o Tomás, essa diferença acentuar-se-ia ainda mais. Acho que o Tomás esteve bem, com bola já sabíamos que não ia progredir no campo, mas a sua qualidade de passe foi boa e equilibrada.
Sofremos três golos em transição. O primeiro, não diria transição, mas é um ataque rápido em que o Dedic perde para o melhor jogador em campo, que fez um jogo tremendo, o Anthony Gordon, no movimento diagonal. O segundo golo é uma transição, o terceiro golo é outra transição. Naquele período sofremos. É uma equipa com uma fisicalidade, uma qualidade e um ritmo fantásticos.”
Faltam extremos que façam o que faz Lukebakio?
“É o que é. É o que temos. Na primeira parte jogámos bem. Todos sabemos o nosso perfil de equipa. É um perfil com que, em competições nacionais, dominando praticamente todos os jogos, somos uma equipa com capacidade para estar lá e para lutar por cada ponto, por cada vitória, pelo título. Quando vamos para competições internacionais, em que os jogos têm um cariz completamente diferente, sofremos um bocadinho, principalmente quando entramos em jogos em que estamos em situação de desvantagem e o jogo abre. Enquanto o jogo esteve mais fechado, mais compacto, a equipa esteve bem.
Tivemos as duas oportunidades de Lukebakio, há uma, salvo erro, do Pavlidis, há um par de remates do Sudakov que foram bloqueados por um defesa ou por algum jogador nosso. Num jogo deste nível, contra uma equipa como o Newcastle, na primeira parte, criámos o suficiente para marcarmos e gerirmos o jogo na segunda parte de outra maneira. Não o fizemos, sofremos e, na segunda parte, quando sofremos o segundo golo, há uma diferença importante entre as equipas.”
Benfica tem zero pontos na Champions
“Ontem disse que não falava à equipa no fim do jogo e normalmente não o faço. Hoje fi-lo e, muito resumidamente, disse-lhes que temos 15 pontos para lutar na Champions e que não precisamos de 15 pontos para nos qualificarmos. Diria que entre nove e 11 será suficiente. Talvez não nove, mas 10, 11 pontos serão suficientes para nos qualificarmos. Não precisamos de 15, não precisamos de ganhar os cinco jogos. Não é demagogia barata nem é tentar motivar gente dizer que podemos perfeitamente qualificar-nos, apesar de termos cinco jogos difíceis pela frente.
Para mim, este era o mais difícil. Pelas características do adversário, este era o mais difícil. [Quanto à] influência a nível emocional, temos dois jogos em casa, um para o campeonato e outro para a Taça da Liga e temos de limpar a cara. Não interessa como acabou a primeira parte, não interessa que o Newcastle tenha um poderio, um ritmo, uma velocidade maior do que a nossa, nada disso interessa. Aquilo que interessa fundamentalmente é que perdemos 3-0. Temos de limpar a cara nos dois jogos em casa antes de irmos a Guimarães.”