Por um dia, nasceu um bairro no meio da Avenida da Índia. Não se pode dizer que o trânsito tenha parado. A agitação, no entanto, transfigurou-se. A caravana da Vuelta não é propriamente o desenfreado movimento de carros a que habitualmente a artéria lisboeta empresta o seu asfalto. Mas a microssociedade que se cria no local também é um remoinho, neste caso, de bicicletas, ciclistas e staff.
No parque técnico da Vuelta, o espetáculo que ali se alinha está programado para ter o seu ponto alto no momento da corrida. Desde o seu início, o décimo sétimo dia de agosto na capital portuguesa é condescendente com a presença do sol. Cirandar pela zona onde a última grande volta da temporada velocipédica começou é lutar contra a luz vibrante e o calor escaldante. Tentar construir trincheiras contra essa adversidade é tarefa difícil, mas torna-se na luta comum das equipas com objetivos diferentes na estrada.
A Movistar é o conjunto que se posiciona no ponto mais próximo do local de onde partiu o contrarrelógio que Brandon McNulty venceu. Até bem para lá do Museu Nacional dos Coches, estão montadas as sedes temporárias das restantes 21 equipas. Mais ou menos a meio-caminho está acampada a Visma-Lease a Bike, que em 2023 venceu as três grandes voltas do calendário com três corredores diferentes.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: fsmartins@expresso.impresa.pt