Ciclismo

O dia de pesadelo para João Almeida na Vuelta atira o português para o 26.º lugar da geral

O dia de pesadelo para João Almeida na Vuelta atira o português para o 26.º lugar da geral
Tim de Waele/Getty

Numa etapa muito má para o caldense, Almeida cedeu 4,53 minutos para Primoz Roglic, que venceu na chegada à Sierra de Cazorla. Desde o começo da subida final foi evidente que o português não estava bem, com a quantidade de tempo cedida a praticamente terminar com o sonho de discutir a corrida

O dia de pesadelo para João Almeida na Vuelta atira o português para o 26.º lugar da geral

Pedro Barata

Jornalista

A imagem antes da chegada à Sierra de Cazorla convidava ao pessimismo. João Almeida ia na cauda do pelotão, parecendo sofrer, sem reação, longe do bom nível que vinha evidenciando na Vuelta.

Os maus sinais foram confirmados na ascensão definitiva. No calor andaluz, entre o imenso olival, João Almeida sofria, longe das melhores condições físicas.

Habitual fonte de regularidade, a 7.ª etapa da Vuelta, entre Úbeda e a Sierra de Cazorla, foi um pesadelo para o caldense, uma das piores jornadas em grandes voltas na carreira do português. O tempo perdido foi sendo cada vez maior, a queda na geral foi violenta, o sonho de chegar a Madrid de vermelho passou a pesadelo.

Numa etapa que estava longe de ser a mais dura das três semanas, João Almeida perdeu 4,53 minutos para Primoz Roglic, o vencedor na meta. Na geral, o ciclista da UAE Emirates começou o dia em 3.º e é, agora, 26.º, a 9,6 minutos da liderança, ainda na posse de Ben O'Connor. Subitamente, a grande ambição de Almeida para esta Vuelta esfuma-se.

Roglic, o vencedor da etapa
JORGE GUERRERO/Getty

Bem distante do sofrimento de João Almeida, a etapa mostrou a melhor versão de Primoz Roglic, a capa de herói que o esloveno sabe vestir na Vuelta, competição que já ganhou três vezes. O líder da Red Bull atacou, deixou O'Connor para trás, ganhou e deixou uma mensagem de força para a concorrência.

Logo no começo das empinadas rampas da Sierra de Cazorla, a Red Bull trabalhou com força para lançar a ofensiva de Rogla. O esloveno foi o primeiro a atacar, com O'Connor, inicialmente, a mostrar capacidade de resposta.

No entanto, já nos 2 quilómetros finais, Roglic voltou a acelerar e só Enric Mas o acompanhou. O espanhol da Movistar, que vem de várias desilusões no Tour mas é sempre competitivo na Vuelta — foi 2.º em três edições —, sabe o que é ir na roda de Roglic nestas chegadas de montanha, conhece perfeitamente a ponta final do esloveno. Para tentar contrariar essa força de Primoz, Enric atacou primeiro, mas Roglic superou-o e voltou a ganhar.

Mikel Landa chegou a 14 segundos do duo da frente. Mais atrás, O'Connor cedeu 46 segundos para Roglic, um mau sinal na candidatura do australiano da Decatlhon AG2R a uma surpreendente vitória final.

Na geral, O'Connor tem, agora, 3,49 minutos de vantagem para Roglic e 4,31 minutos para Mas. A próxima tirada, entre Motril e Granada, é uma das mais difíceis da Vuelta, com muita dureza na Sierra Nevada. Veremos como se apresentará João Almeida depois de um dia de pesadelo, uma das piores etapas para o habitualmente regular português.

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