Pedir a João Almeida que ganhasse a prova em linha dos Mundiais de ciclismo era pedir a um carro de Fórmula 1 que superasse uma lancha numa corrida dentro de água. Longo e irregular, os espasmos de subidas discordavam das apetências principais do corredor português. “Isto é algo novo para mim, não faço assim tantas clássicas”, desabafou com a Eurosport. Competir em Zurique não era mais do que lembrar o planeta de que o ciclista de A-dos-Francos continua a merecer um lugar no hemiciclo dos mais sublimes em cima de duas rodas, mesmo que talhado para circunstâncias especiais incompatíveis com uma vitória na Suíça.
O terreno já não era propriamente favorável e tudo se tornou ainda mais desagradável quando João Almeida se envolveu numa queda coletiva. Ficava por ali aquela que a Federação Portuguesa de Ciclismo assumiu ser a grande aposta da seleção nacional para um lugar entre os primeiros.
O resultado da derrota no combate com o chão foi o abandono e queimaduras na coxa e ombro esquerdos. Além disso, sofreu também uma entorse leve na articulação do ombro esquerdo. O ciclista da UAE Emirates escapou a fraturas, tal como confirmou a equipa ao nosso jornal. “O João está bem, não tem nada grave. Em princípio, acabou a temporada, porque fez o Tour, a Vuelta e o Mundial. Não temos previsto que faça mais nada”, explicou Joxean Fernández ‘Matxín’, diretor-desportivo da UAE Emirates, à Tribuna Expresso. “Preferimos que descanse e recupere para o ano que vem.”
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