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Pogačar vai ao Paris-Roubaix tentar imitar Hinault, o “líder nato” e ciclista “de raça e personalidade forte” que nem ao pai obedeceu

Pogačar vai ao Paris-Roubaix tentar imitar Hinault, o “líder nato” e ciclista “de raça e personalidade forte” que nem ao pai obedeceu
Gilbert TOURTE
O esloveno procura tornar-se o primeiro vencedor do Tour a conquistar o “inferno do norte” desde 1981. À época, a glória foi do bretão que sucedeu a Eddy Merckx como figura maior do ciclismo. Marco Chagas, que partilhou pelotão com Hinault no Tour e no Paris-Roubaix, ajuda a recordar um dos raros voltistas que se intrometeu entre os gigantes do pavé
Pogačar vai ao Paris-Roubaix tentar imitar Hinault, o “líder nato” e ciclista “de raça e personalidade forte” que nem ao pai obedeceu

Pedro Barata

Jornalista

O 25 de abril ainda não revolucionara Portugal quando Marco Chagas teve a primeira experiência a pedalar em cima de estradas com piso composto por pedras em paralelo. O cartaxense que venceria a Volta a Portugal quatro vezes era um adolescente aspirante a ciclista que corria pela Casa do Povo de Pontével e, certo dia, foi "aos arredores do Porto" participar numa prova organizada pela FNAT, o atual INATEL.

"Foi uma desgraça, fiquei com as mãos todas em sangue", recorda Marco à Tribuna Expresso, lembrando o sofrimento causado pelos caminhos empedrados, bem distinto do que se via e vê no seu Ribatejo natal. Não obstante, as dificuldades de pedalar no paralelo em Portugal "não têm nada a ver" com o que Chagas experimentaria anos depois.

Em 1980, o atual comentador da RTP tinha 23 anos quando foi convidado pelo mítico Joaquim Agostinho para se juntar à lenda na Puch - Sem - Campagnolo, uma equipa francesa. O grande objetivo da temporada era o Tour, o qual teria duas etapas que passavam pelo tal piso que não tinha "nada a ver" com o que Marco Chagas conhecia. Eram as estradas — ou caminhos empedrados — do Paris-Roubaix.

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