Ciclismo

Iúri Leitão foi o único a contar bem as voltas e acabou com a medalha de bronze no scratch do Mundial de ciclismo de pista

Iúri Leitão foi o único a contar bem as voltas e acabou com a medalha de bronze no scratch do Mundial de ciclismo de pista
SEBASTIEN BOZON

Quando a prova terminou o português era o 7.º classificado, mas Iúri Leitão foi o único a não perder a conta às 40 voltas ao circuito e, depois da revisão oficial, passou para o 3.º lugar, conquistando a primeira medalha para Portugal na competição

Iúri Leitão conquistou na quinta-feira a medalha de bronze na prova de scratch dos Mundiais de ciclismo de pista, mas que apenas pode pôr ao peito após uma longa espera.

O ciclista português acabou por ser o único a reparar que tinha sido dado uma volta a mais à pista.

Numa prova que começou com cerca de 40 minutos de atraso, Iúri Leitão foi dado inicialmente como sétimo classificado, subindo posteriormente a sexto, antes de, vários minutos depois – os resultados oficiais do scratch foram os últimos a ser publicados –, subir ao pódio para receber a medalha.

Sem que se tenha ouvido o sino identificativo da última volta, Iúri Leitão sprintou no grupo da frente para tentar chegar às medalhas, mas todos os restantes ciclistas continuaram a corrida, com o vianense a ser o único a parar e a reclamar que a corrida tinha acabado.

“Primeiro, foi dada uma volta a mais do que aquilo que deveriam de fazer e depois o Iúri foi prejudicado numa abordagem à volta final pelo movimento do belga [Jules Hesters] que o obrigou a subir na pista. Nessa volta, o Iúri passa em quarto lugar, mas, após a revisão da corrida pelos comissários, o belga foi relegado e nós fazemos terceiro lugar”, explicou à agência Lusa o selecionador português.

Gabriel Mendes lamentou, contudo, que o movimento do Hester tenha prejudicado a possibilidade do primeiro lugar, “porque o Iúri vinha a ultrapassá-lo e essa ação acaba por prejudicar e tirar a possibilidade de fazer melhor”

“No entanto, foi um excelente resultado que obtivemos e, portanto, essa é uma situação que não poderíamos controlar”, assumiu.

Durante as 40 voltas ao velódromo de Santiago, o campeão europeu da especialidade apenas passou uma vez na frente do pelotão, logo nos primeiros metros, acabando sempre depois por estar mais na segunda metade do grupo.

Esse posicionamento acabou por fazer com que parecesse ter sido surpreendido nos poucos ataques que houve ao longo da corrida, mas acabou sempre por recuperar lugares.

A aceleração definitiva acabou por acontecer a 12 voltas da meta, com Iúri Leitão a ficar num terceiro grupo, mas, com um grande esforço, acabou por recuperar e estava, à entrada para a derradeira volta, na luta pelas medalhas, que acabaria mesmo por conquistar, embora apenas após o protesto luso.

Esta foi a terceira medalha em Mundiais para Iúri Leitão, depois do ouro conseguido em 2023, no omnium, e da prata em eliminação nos Mundiais de 2021, além de quatro títulos europeus de scratch e um na corrida por pontos.

Na história dos Mundiais de pista, Portugal tem mais quatro medalhas, dois bronzes de Maria Martins, no scratch em 2020 e no omnium em 2022, e outras duas, na perseguição individual, para Ivo Oliveira, de prata em 2018 e de bronze em 2022.

O ciclista da Caja Rural volta a entrar na pista esta sexta-feira, no quilómetro, disputando as qualificações às 15h em Lisboa, com a possível final a disputar-se às 22h20, num dia que Diogo Narciso se tenta apurar, às 16h, para a final da perseguição individual, marcada para as 22h58.

Na final direta da corrida por pontos, às 21h vai estar João Matias, com Iúri Leitão a disputar as quatro provas do omnium no sábado.

No domingo, João Matias disputa a final da eliminação, às 18h40, e Diogo Narciso e Iúri Leitão vão estar no Madison, às 19h58.

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