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Crónica de Jogo

Gonçalo Ramos, a pressa do pistoleiro

Gonçalo Ramos, a pressa do pistoleiro
Lars Baron

Gonçalo Ramos fez três golos e uma assistência na vitória redonda (6-1) de Portugal, nos oitavos de final, contra a Suíça. Pepe, Raphaël Guerreiro e Rafael Leão também marcaram. Os portugueses vão agora defrontar Marrocos, o carrasco de Espanha

Gonçalo Ramos, a pressa do pistoleiro

Hugo Tavares da Silva

enviado ao Mundial 2022

Era apenas um rumor desde o Itália 1990. Depois de Tomáš Skuhravý, hat-tricks num jogo a eliminar deste torneio, ninguém. Então, Gonçalo Ramos, titular esta noite pela primeira vez na seleção, sentando nada mais nada menos do que Cristiano Ronaldo, tratou de tatuar o seu agora eterno nome nos livros de histórias e de História e fez três golos à Suíça. O descaramento dança debaixo da pele. A energia, idem. “A capacidade de trabalho e de esforço que ele tem, o espírito de sacrifício, de ajudar, de participar, de não ter conta-quilómetros… é uma coisa incrível”, dizia à Tribuna Expresso, em tempos, Renato Paiva.

À parte de deixar o conta-quilómetros em casa, Gonçalo Ramos entrou no relvado com a coragem dos solidários e generosos avançados a quem tudo pode acontecer. E aconteceu. Na primeira vez que teve a bola na área, depois de receber de João Félix, com dois toques resolveu o problema da maneira mais improvável. O defesa fechava as pernas para não entrar um remate rasteiro e cruzado. O que saiu foi mesmo o mais difícil, um tiro com o pé esquerdino para o poste mais perto. A seguir, sempre no mesmo ritmo e disponibilidade, marcou mais dois golos e fez uma assistência. Foi especial a noite do avançado que substituiu Rafa à última da hora na convocatória. Esta foi, provavelmente, a melhor exibição de Portugal em muito tempo.

O jogo até começou tremido, com os helvéticos a demonstrarem mais capacidade para tocar a bola na defesa e superar a pressão alheia. Manuel Akanji liderava essa movida e Yann Sommer, o guarda-redes, era um aliado decisivo. Do outro lado havia intranquilidade. Diogo Costa bateu algumas bolas longas e nem estava muito fino o pé. O 5-3-2 de Murat Yakin asfixiava a qualidade lusitana. William, a 6, teve de recuar para perto dos centrais para Portugal ganhar outra capacidade.

Breel Embolo ia sendo um edifício colossal quase imparável ou mesmo imparável. Assustava. Rúben Dias teve de recorrer à falta várias vezes. A Suíça estava melhor e os adeptos, quem sabe aborrecidos por não terem o seu Cristiano a jogar, desataram a fazer a onda.

Markus Gilliar - GES Sportfoto

A seleção de Fernando Santos, mais em 4-3-3 do que outra coisa – Bruno Fernandes pela direita, Félix pela esquerda, Bernardo a 10 e Otávio perto de William –, embora permitindo aos seus elementos liberdades individuais, só tranquilizou depois do golo de Gonçalo Ramos, aos 17’. O tal golaço com a canhota. Segundo o Mister Chip, um reputado profissional da estatística, o avançado que admira Thomas Müller superou Eusébio da Silva Ferreira como o futebolista mais jovem de Portugal a marcar em jogos de mata-mata deste torneio. O descaro do garoto é evidente e viciante.

Raphaël Guerreiro ia sendo mais participativo com bola, tendo-se visto algumas combinações com Félix e Ramos, mas também a apropriar-se de terrenos baldios mais à frente. No outro lado, Diogo Dalot tratava de se assumir como uma garantia de segurança defensiva, mesmo perante uma verdadeira ameaça como é Ruben Vargas, que sem bola completava a linha de cinco. Está bem, o lateral do Manchester United. A pressão dos senhores que falam a nossa língua melhorou e a Suíça já não saía a jogar desde o guarda-redes, que começou a jogar longo. Jogar porque não é bater, o pé de Sommer é um rico pé. Outro riquíssimo pé, o de Xherdan Shaqiri, também não está mal e quase foi feliz num livre direto à passagem da meia hora. Valeu Diogo Costa.

Um canto de Bruno Fernandes, que está soltinho e com dribles e movimentos de quem está soltinho, encontrou a cabeça de Pepe, que se mantém como o rei destas andanças, e Portugal tranquilizou finalmente com o 2-0. O central só fica atrás de Roger Milla como futebolista mais ancião a marcar num Campeonato do Mundo.

A equipa estava toda ligada. Bernardo é e será sempre o guia espiritual de quem quer jogar bem. Otávio era como a cola na hora de morder e de tocar com os colegas. William Carvalho vestia o avental de patrão, que pena que ainda não existam coletes inteligentes para medir a inteligência humana. João Félix, o agitador. O que fez com a bola pertence aos contos de futebol mais bem escritos que existem ou vão existir. Certa vez, o ainda avançado do Atlético Madrid correu muitos metros com a bola no pé, deixou alguns adversários para trás, como se tudo isto fosse simples, e meteu em Bruno Fernandes, que tentou depois retribuir a simpatia com um passe à Laudrup. Mas não entrou. Ramos continuava disponível, chato como os homens mais chatos na terra. E foi mesmo ele a fazer o 3-0, pouco depois do arranque da segunda parte, a passe de Diogo Dalot, uma locomotiva pela direita. O baralho de cartas do outro lado era uma ruína sem consciência.

Marc Atkins

A Suíça nesta altura já estava com quatro na defesa, depois da entrada de Eray Cömert por Schär. Mas era indiferente, Portugal estava com tudo e certinho, tecnicamente e na hora de defender. O 4-0 descobriu as botas de Otávio, de calcanhar, João Felix (insiste em estar em quase todos os lances venenosos), Gonçalo Ramos (assistência) e, o carrasco de turno, Raphaël Guerreiro.

“Ronaaaaaldo, Ronaaaaaaldo”, gritavam como quem implora os adeptos já depois de a Suíça ter reduzido para 4-1. Foi mais uma fragilidade defensiva num canto, o golo foi do cityzen Akanji. Cristiano Ronaldo não ficava no banco numa grande competição desde 2008, no Europeu, contra a Suíça, curiosamente. Antes disso, em competições deste gabarito, só ficara no banco contra Grécia e Rússia, no Euro 2004. Ou seja, quando ainda não era Cristiano Ronaldo.

O festival continuou, patrocinado por João Félix e outra vez Gonçalo Ramos, que com facilidade meteu a bola pela terceira vez na baliza de Sommer. É o primeiro hat-trick neste Mundial do Catar. A bola estava derretida nos pés dos futebolistas portugueses, era uma passeata deslumbrada naquele jardim bem cuidado do Lusail, e talvez nem quisesse que o jogo terminasse.

Quando Cristiano ia entrar, quando faltavam perto de 25 minutos para o fim, o estádio celebrou mais do que os golos de Portugal. Tocou na bola e foi como se tivesse marcado. O livre direto, à bomba, não passou da pobre selva de homens de branco que estavam na barreira. Os braços com vida do número 7 denotavam a frustração de quem quer ser útil e importante, sentindo quem sabe a ampulheta a olhar-lhe com desconfiança. A baliza de Sommer voltou a ganir, sim, mas com mais um golaço, agora de Rafael Leão.

A história da suplência de Cristiano Ronaldo encheu os telefones e os jornais duas horas antes do jogo. Cinco minutos depois do apito final, a história era sobre Gonçalo Ramos e sobre os amigos que brilharam como nunca num Campeonato do Mundo. Agora, nos quartos de final, segue-se Marrocos, a seleção da resistência que eliminou a Espanha nos penáltis.

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