Crónica de Jogo

Nas mãos de Diogo Costa e nos pés de Rodrigo Mora, o FC Porto fecha a I Liga aos ombros dos seus melhores

Nas mãos de Diogo Costa e nos pés de Rodrigo Mora, o FC Porto fecha a I Liga aos ombros dos seus melhores
FERNANDO VELUDO

Nem sempre o FC Porto foi a melhor equipa em campo frente ao Nacional, mas a vitória por 3-0 fez-se porque os melhores estavam lá. Diogo Costa, com várias defesas importantes, e Rodrigo Mora, com um golo e de batuta na mão, decidiram. No próximo ano, os adeptos pedirão mais

Por muitos momentos, Diogo Costa pareceu demasiadamente o único jogador ao nível de um último jogo do FC Porto no campeonato. É ele, na 1.ª parte, que segura o resultado frente a um Nacional que chegou ao Dragão para jogar olhos nos olhos. E sem ele não seria possível que, no final, a equipa de Martín Anselmi fechasse a I Liga com uma vitória tranquila, 3-0, com direito a rebuçado para dois dos únicos jogadores, Samu e Mora, que se livram do purgatório que necessariamente terá de ser passado por esta equipa para encarar a próxima temporada, que já não poderá ser de ano zero.

Os primeiros cinco minutos terão servido para Martín Anselmi apresentar o seu caso quanto à continuidade na próxima época. Futebol fluído, de alta rotação, com Rodrigo Mora a servir de cérebro e a afunilar para o lado direito, onde Martim Fernandes e João Mário, ambos titulares na defesa a 5, iam combinando em direção ao perigo. É ainda dentro do primeiro minuto que a associação entre os dois laterais, feita de processos simples, se tornou num cruzamento ao segundo poste. Francisco Moura, com uma impulsão digna de saltador em altura, cabeceou para o golo. Logo de seguida, de novo pela direita, de novo Martim e João Mário a combinar e só não houve golo porque Samu não chegou a tempo.

FERNANDO VELUDO

O arranque virtuoso, de um FC Porto, digamos, até mais alegre e colorido que o dos últimos meses, seria travado por um penálti para o Nacional que Diogo Costa defendeu, dando início a uma série de intervenções extraordinárias do titular da seleção nacional, respondendo com a naturalidade de um líder ao que se seguiu: o crescimento do Nacional no jogo. No início da temporada, a direção do Nacional não cedeu à tentação de virar as costas a Tiago Margarido e o resultado viu-se no Dragão. Uma equipa segura na classificação e sem medo de jogar em futebol apoiado em casa de um dos grandes. Ser paciente é uma virtude.

Marcano, de cabeça, por pouco não colocou o FC Porto com dois golos de vantagem antes dos 20 minutos, mas depois da boa entrada da equipa da casa, as boas oportunidades seriam quase todas dos madeirenses, subindo as linhas e que antes do intervalo viram novamente Diogo Costa negar o empate, num imenso voo após remate em arco de Paulinho Bóia.

Mesmo com quase nada para perder, o FC Porto era, à entrada da 2.ª parte, uma equipa pressionada pelo estádio, assobiador impaciente com a incapacidade da equipa de Anselmi em criar, em ligar jogo.

Parecia bem longe aquela entrada próspera, quando mais um lance pela direita deu novo vislumbre daqueles momentos, com João Mário a cruzar para o remate ao ferro de Fábio Vieira. Logo de seguida, vem a expulsão de Zé Vítor e o penálti marcado por Samu, que acalmou o peito do Dragão. O golo de Rodrigo Mora, aos 83’, num remate cruzado na direta, tornou demasiado pesado o resultado para um Nacional que foi a melhor equipa em campo durante boa parte do jogo.

Agora, é hora de olhar para o Mundial de Clubes. E para uma próxima temporada que terá de ser, necessariamente, outra coisa.

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