Crónica

Amor em tempos de cólera. Por Pedro Boucherie Mendes

Reconhecendo que Bruno de Carvalho “exagerou e muitas vezes foi vulgar na linguagem”, Pedro Boucherie Mendes defende que “ninguém como ele lutou pelo clube”. E, dizendo que em Portugal “quem sai da norma é detetado e identificado para ser abatido”, afirma que o Presidente do Sporting o foi por um único motivo: não ter sido campeão num clube que venceu dois campeonatos em 35 anos e não se consolar com essa ideia, contagiando milhões de outros sportinguistas e hostilizando os poderes instalados

Poucos territórios são mais dados à hipocrisia e ao sentido de superioridade que o futebol profissional em Portugal. Conseguimos essa coisa incrível de sermos dos melhores do mundo a gerar e formar jogadores e treinadores, a descobrir e a transacionar talentos (e até somos campeões Europeus em seleções) ao mesmo tempo que não perdemos uma oportunidade de desdenhar o jogo e a indústria. Por falar em indústria, há muita gente superior que vive do futebol falado e discutido. Já tínhamos essa inovação de termos políticos, ex-políticos e políticos em pousio a falar de política e a serem pagos por isso e agora temos ainda mais desses políticos e demais opinadores profissionais a serem pagos para dar a sua opinião sobre bola, com a vantagem de poderem ser mais desbragados e apaixonados e (aparentemente) menos calculistas.

Quem é opinador precisa de alvos fáceis. Num país que insiste em ser dos mais pobres da União Europeia, quem sai da norma é por definição um alvo fácil e no nosso mundo da bola o presidente do Sporting é um alvo fácil. Por manobrar no bastidor? Por vender jogadores por um punhado de lentilhas? Por despedir treinador a meio da época? Por ter sido apanhado em escutas de conteúdo heterodoxo? Por ser recordista em comissões a agentes de jogadores?

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