Três das últimas quatro épocas da carreira do antigo campeão mundial pela Alemanha foram passadas com Pep Guardiola, no Bayern de Munique. Nesta sua crónica, Philipp Lahm descreve as valias e a pegada que o treinador deixa nas suas equipas com base na experiência que teve com o espanhol, a quem atribuiu uma "paixão que nunca [viu] em mais ninguém" a "ajustar as tarefas e o papel de cada jogador"
Lembro-me muito de Pep Guardiola. "Em jogos importantes", disse-me, "só escolho os meus onze melhores". Temos de ouvir com atenção, esta frase contém a essência do futebol: Qualidade individual. O Guardiola é um treinador de topo, adora as habilidades e o talento dos seus jogadores.
Alguns treinadores procuram reduzir a complexidade do futebol. Guardiola, porém, quer dominá-la. Podemos comparar o seu trabalho ao de um Grande Mestre do xadrez ou de um maestro de uma orquestra que retira o melhor de cada instrumento. A única diferença é que um conjunto de futebol não joga de acordo com as notas musicais estipuladas e os movimentos de um futebolista são mais variáveis do que os seguidos pela torre e pelo cavalo. Não é tão fácil reconhecer o que alguém está a fazer e pode fazer em campo. Também é difícil descrever.
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