A ida de Bebé para o United entrou diretamente para o topo do anedotário futebolístico-empresarial, mas é bom não esquecer que, no meio de transferências especulativas, jogadas de bastidores, negociatas de empresários, estava um jovem jogador tão ou mais atónito com o que lhe estava a acontecer do que o espetador comum, escreve Bruno Vieira Amaral. Mas, sem esta contratação histórica — considerada uma das mais bizarras da história do gigante inglês — talvez hoje não estivéssemos a falar de Bebé, que está hoje no Rayo Vallecano e teve um trajeto bastante razoável
Então o Bebé ainda joga. Fui alertado para este facto quando, semanas atrás, estava a ver o Athletic Bilbao – Rayo Vallecano e, quase aos 80 minutos, na linha lateral, pronto a entrar, se perfilou este indivíduo a quem os pais deram o nome de Tiago Correia e a quem o futebol impôs a alcunha de “Bebé”. Pensei que já não jogasse. Perdi-lhe o rasto depois da sua passagem efémera pelo Benfica. Aliás, perdi-lhe o rasto ainda durante a sua passagem pelo Benfica, uma daquelas contratações meio enigmáticas em que um clube, mais do que reforçar o plantel, parece querer demonstrar que é capaz de fazer milagres.
O que toda a gente sabe sobre Bebé é que, um belo dia, o Vitória Sport Clube (é o de Guimarães) anunciou a contratação de uma jovem promessa transportada nas amplas asas do Boeing Jorge Mendes e, no dia seguinte, Bebé estava de malas feitas para o Manchester United a troco de uma quantia absurda por um jogador que nem sequer tinha quebrado os rins aos defesas de Sir Alex Ferguson. Dizem que terá sido Carlos Queiroz a aconselhar a contratação imediata do jogador antes que alguém o desviasse para um rival. Mas quem poderia querer desviar este ignoto Bebé? E com que intenções? Não se sabe. Mas sem esta contratação histórica — considerada uma das mais bizarras da história do gigante inglês — talvez hoje não estivéssemos a falar de Bebé.
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