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Crónica

Um grande torneio de seleções por ano será como ter mais uma rede social no telemóvel ou outra aplicação de streaming (por Philipp Lahm)

Um grande torneio de seleções por ano será como ter mais uma rede social no telemóvel ou outra aplicação de streaming (por Philipp Lahm)

Philipp Lahm

Antigo campeão do Mundo de futebol

Reduzir o ciclo do Mundial dará a impressão de que o futebol tem tudo a ver com dinheiro, escreve Philipp Lahm, antigo campeão do mundo pela Alemanha que, do lado dos jogadores, explica o quão mentalmente desgastante é representar o país numa grande competição. O ex-jogador diz que a ideia da FIFA e de Wenger pode levar a um consumo excessivo de futebol e fazer com que seja, apenas, puro entretenimento

Nunca houve tanto futebol. Todos os dias há uma equipa a jogar contra outra nalgum lugar e é possível assistir, em todo o mundo, em qualquer dispositivo — em direto e on demand, ou assistir apenas aos destaques, no YouTube, Dazn ou Twitter. Há mais para vir. Em breve, a Liga dos Campeões irá ter mais cem jogos por ano. A nossa atenção coletiva, como dizem os especialistas, está a diminuir no processo, mas é difícil parar esta tendência.

O que o presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o seu assessor, Arsène Wenger, agora têm em mente, pode, em última instância, levar a um consumo excessivo de futebol. Querem realizar o Campeonato do Mundo de dois em dois anos, em vez de quatro em quatro. O Campeonato Europeu, bem como outras competições continentais, acabariam, eventualmente, por seguir o mesmo caminho, e no futuro haveria um grande torneio de futebol por ano. Até agora, houve sempre um intervalo de um ano entre eles.

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