O nome de Ole Gunnar Solskjær seria capaz de provocar um sorriso a qualquer adepto do Man United, especialmente aos que já tinham idade suficiente para vibrar com a mítica reviravolta de 1999, em Camp Nou. Alex Ferguson foi o primeiro a acreditar no milagre. Quis o destino que também estivesse a assistir in loco à humilhação sofrida pelo ex-pupilo frente ao grande rival — aquela expressão que a realização nos mostrou, já depois do 0-5, traduz o sentimento generalizado.
Como tanta coisa no futebol atual, a chegada do norueguês ao banco dos red devils foi precipitada e não deixou de considerar dois fatores simbólicos. O fantasma de Alex Ferguson ainda paira sobre Old Trafford e o clube continua órfão de um líder que o recoloque no caminho da glória, sendo mais do que natural a expetativa de que pudesse ser um dos 'filhos' do escocês. A isto junta-se o estatuto de herói intemporal de Solskjær, sempre importante quando é preciso encontrar a estabilidade. E o Manchester United precisava, depois da saída conturbada de José Mourinho.
Em dezembro de 2018, sem experiência muito relevante nos grandes palcos, pensava-se que o emblema de Manchester tinha abraçado uma solução transitória, esperando o momento certo para atacar um treinador que alavancasse o projeto. Desde essa altura, vive do impacto psicológico de certas decisões. Houve melhoria imediata com a troca de treinador, mas muito mais entendível pela forma como a equipa se libertou da rigidez de Mourinho do que por mudanças táticas significativas.
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