No futebol há os factos e há as sensações. A cinco minutos do início do jogo para a Taça de Portugal entre Porto e Benfica, os factos eram estes: Porto na liderança do campeonato, eliminado da Taça da Liga e da Champions e sem Pepe a liderar a defesa; Benfica a quatro pontos do duo da frente no campeonato, apurado para as fases decisivas da Taça da Liga e da Champions e sem Lucas Veríssimo até ao final da época. No banco, as duas equipas estariam em igualdade de circunstâncias, comandadas pelos adjuntos. Se descontarmos o “medo cénico” do Benfica quando visita o Dragão, essa sensação que já adquiriu estatuto de facto, os restantes factos sugeriam equilíbrio.
Porém, além dos factos havia as sensações. E essas eram péssimas para o Benfica. Enquanto o apuramento dos “encarnados” para os oitavos da Champions, embora meritório, foi atribuído à péssima prestação do Barcelona, a eliminação do Porto soube a injustiça e nenhum comentador de boa-fé poderia dizer que Atlético Madrid e Milan revelaram ser equipas superiores a este Porto. As duas goleadas contra o Bayern e, pior do que isso, o resultado e a exibição em casa contra o Sporting, pintaram o cenário de negro e cravaram no coração dos adeptos a convicção de que, contra adversários de nível idêntico ou superior, a equipa se desmorona como um castelo de cartas.
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