Durante cerca de 25 anos, no intervalo entre o Mundial de 1982 e o título europeu de 2007 para o AC Milan, o futebol italiano viveu uma era dourada. Os craques nacionais floresciam nos relvados do calcio e espalhados por diversos clubes. Roberto Baggio, Del Piero e Totti são exemplares raros. A Serie A foi reunindo charme e poder de investimento para atrair estrelas mundiais, desde Maradona a Ronaldo Fenómeno, passando por Platini, Zidane e os holandeses que vestiram a camisola vermelha e preta. Não só nos emblemas de Milão, Turim e Roma houve dimensão europeia, como provam as campanhas do Parma ou da Sampdoria. Nápoles ganhou vida e um deus para venerar. Entre casos de corrupção, que atiraram a Juve para a Serie B e mancharam a credibilidade da competição, o menor fulgor financeiro em comparação com outras ligas e o final da geração vencedora do Mundial 2006, o futebol no país da bota tornou-se muito cinzento. Depois do feito histórico alcançado por José Mourinho, a Juve monopolizou o campeonato e constituiu-se como a única equipa italiana capaz de se intrometer entre os gigantes europeus. Isso está a mudar.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt