Há 20 anos, José Mourinho começava a construir a lenda. No calor abrasador de Sevilha, o então jovem treinador português vencia a Taça UEFA de forma épica ao serviço do Futebol Clube do Porto. Faria melhor na época seguinte, mas ali deu-se o ponto de partida. Desde então, nunca perdeu finais europeias (pode igualar Alex Ferguson e Giovanni Trapattoni, com seis títulos) e juntou ao palmarés a recente Conference League. Em Budapeste, quis o destino que o técnico da Roma se cruzasse novamente com essa cidade espanhola. O obstáculo não podia ser mais difícil de superar, tal a dimensão que o emblema de Nervión atingiu na Liga Europa.
Está para o segundo troféu continental como o Real Madrid para a Champions, transformando o que seria excecional em algo banal. Isto, por si só, provoca medo em quem os defronta. Parecem ter um pacto com os deuses do futebol, que decidem eliminatórias de todas as formas. Não precisam da superioridade exibicional para se afirmarem nesses cenários. Esta época até ajuda a reforçar essa lógica (ou a falta dela, se quisermos). O Sevilha fez um campeonato desastroso, ao ponto de se temer a descida de divisão. Mas isso não teve qualquer reflexo nos resultados europeus.
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