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Crónica

Cristiano Ronaldo a titular

Cristiano Ronaldo a titular
Diogo Cardoso/Getty

De repente, e contra todos os prognósticos, a seleção volta a ser Cristiano Ronaldo e mais dez. Mas, verdade seja dita, o ambiente não podia ser mais diferente do que o que antecedeu o último Mundial, analisa Bruno Vieira Amaral. Na altura, com um Ronaldo fantasmagórico, perturbado e instável a equipa nacional eram onze menos um. Agora, de um certo modo, estamos de volta à estaca zero: a suplência de Ronaldo volta a ser uma impossibilidade ontológica, mas uma impossibilidade ontológica aceite por todos sem rancor.

Dois meses antes do Mundial do Catar, Cristiano Ronaldo atravessava uma das piores fases da carreira. Nada lhe saía bem. Estava em conflito com o treinador do Manchester United, a passar um mau momento a nível pessoal e aproximava-se a última oportunidade de brilhar e possivelmente conquistar o Campeonato do Mundo. Escrevi na altura que o grande desafio de Fernando Santos era o PRR: Plano de Recuperação de Ronaldo. Por duas razões. Porque um Ronaldo em grande forma era uma boa notícia para a seleção e porque não se via uma maneira pacífica de deixar o jogador no banco.

Já todos sabemos como correu o tal plano. Em primeiro lugar, não havia um plano. Ronaldo apareceu como se estivéssemos em 2012 ou 2016. Dono e senhor da seleção, a pôr os seus interesses pessoais acima dos interesses coletivos, a dar entrevistas sobre o seu futuro quando o foco devia ser a equipa nacional. Depois, Fernando Santos não soube ver, ou não quis ver, o óbvio: a instabilidade emocional de Ronaldo prejudicava a equipa e, por isso, o capitão tinha de ir para o banco. Como não agiu, o selecionador teve de reagir. E quando reagiu, o castelo desmoronou-se.

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