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Crónica

As vozes na cabeça de Lage

Bruno Vieira Amaral escreveu a sua crónica semanal ainda antes do clássico do Benfica com o FC Porto, porque Munique foi um desastre e é ainda sobre esse desastre que versa este texto

Escrevo esta crónica antes do jogo com o FC Porto. Nada me impediria de alterar o conteúdo ou de o ajustar em função desse jogo que assumiu uma importância maior do que a habitual porque o Benfica está a oito pontos da liderança (com um jogo a menos) e porque Munique foi um desastre em que, mesmo assim, o resultado foi o menos mau. A estratégia, a exibição e o discurso antes e após o jogo foram muito piores do que o resultado.

Começando pelo princípio. Jogar à defesa em Munique não é um pecado mortal, mas definir toda a estratégia em função do plano defensivo sem ter uma ideia de como criar embaraços ao adversário foi uma confissão de derrota antecipada. Respeitar os pontos fortes de um adversário muito forte revela sensatez e não envergonha ninguém. Já ter medo de sair goleado revela uma pequenez de espírito que, à partida, inibe os jogadores de confiarem nas suas qualidades. As equipas precisam de autoestima, de amor-próprio. Quando se põe jogadores de alto nível a dar chutões para a frente na esperança de adiar o golo do adversário, ainda que se obtenha um bom resultado, dá-se cabo do ânimo.

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