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Crónica

Villas-Boas tem de ajudar o adjunto

Todos os treinadores têm cara de adjunto até prova em contrário. Se foram mesmo adjuntos antes de se emanciparem, então ainda têm mais cara de adjunto. Vítor Bruno precisa da defesa de André Villas-Boas - até porque cada bala apontada a Vítor Bruno tem como alvo Villas-Boas, escreve Bruno Vieira Amaral

A questão começa por ser fisionómica. Todos os treinadores têm cara de adjunto até prova em contrário. Se foram mesmo adjuntos antes de se emanciparem, então ainda têm mais cara de adjunto. A função determina a feição. É por isso natural que, para o adepto comum, Vítor Bruno tenha cara de adjunto. Foi assim que o conheceu, é assim que o vê. Um ex-adjunto que ascende à categoria de treinador principal precisa, mais do que um treinador de créditos firmados, que a direção o ajude a libertar-se da máscara de adjunto. Mas ele também precisa de se ajudar.

Veja-se o caso de Vítor Pereira, que tem algumas semelhanças com o de Vítor Bruno. Era o escudeiro de André Villas-Boas numa época cujo sucesso não foi igualado de então para cá. Ao lado de um treinador tão carismático, um adjunto ainda é mais adjunto. É adjuntíssimo. Vítor Pereira libertou-se dessa imagem paralisante graças ao apoio da direção e do presidente (já lá vou) e também a uma postura agressiva da qual, enquanto treinador adjunto, não precisava. Claro que, mais tarde, os resultados contribuíram para essa mudança na perceção das feições. Hoje, Vítor Pereira, independentemente dos projetos que abraça e dos resultados que obtém, tem cara de treinador principal. Impossível imaginá-lo a voltar a funções secundárias.

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