Só a magia da Taça de Portugal consegue fazer com que um Elvas-Tirsense, um jogo entre duas equipas do quarto escalão das competições nacionais, seja considerado o cabeça de cartaz de uma semana em que o Benfica recebe o SC Braga e o Sporting joga em Barcelos.
Pode haver 56 equipas em escalões superiores mas nesta noite, no Alto Alentejo, Elvas e Tirsense foram grandes, gigantes, equipas modestas, com orçamentos tímidos e com um sonho cada vez mais real de chegar ao Jamor.
Podem ser equipas com presenças na primeira divisão, o Tirsense pode até ter eliminado o Sporting dos Cinco Violinos em 1949, mas 2025 conta uma história diferente. É por isso mesmo que, na terça-feira, Elvas foi a capital do futebol do imaginário. Dos tomba-gigantes, dos pequenos que se sonham grandes, dos amadores que vestem a pele de profissionais e contagiam populações inteiras nos quartos de final da Taça de Portugal. Onde não está o FC Porto. Nem o Vitória Sport Clube, nem o Santa Clara, nem muitas outras equipas do principal escalão.
Por isso, perante a oportunidade de me fazer à estrada para mais de duas horas de viagem, não houve dúvidas. A ideia já tinha surgido para o jogo com o Vitória, mas a oportunidade não se confirmou. Desta vez, não só se avançou, como houve a coincidência de dar boleia ao jornalista Rui Miguel Tovar e a Luís Vidigal, homem da terra, de uma família da terra, e mestre de cerimónias perfeito para entender o futebol elvense.
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