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Crónica

A última coisa que se perde (ou o que liga George Foreman a Cristiano Ronaldo)

No boxe, o murro é o último que falha a um boxeur. No futebol, é o veneno. Frente à Dinamarca, Cristiano Ronaldo mostrou que ainda tem algum veneno. Mas, lembra-nos Bruno Vieira Amaral, o boxe não é o futebol e para Cristiano lançar o seu veneno, a equipa teve de aguentar os golpes do adversário

Diz-se no boxe que a última coisa que se perde é o murro. A potência do murro. Perde-se a agilidade, os reflexos, a resistência, a vista. A força continua lá. À espera de uma aberta, de um erro do adversário. Pum! George Foreman, campeão do mundo de pesos-pesados que morreu na semana passada, regressou aos ringues depois de uma ausência de dez anos. Tinha quase 40 anos quando decidiu voltar. Tinha batido Joe Frazier, foi derrotado por Ali, no célebre combate Rumble in the Jungle, em Kinshasa. Frazier definiu-o na perfeição: “É como um daqueles camiões velhos. É lento mas se te acerta, mata-te.” Se era lento no auge como é que seria numa idade que pesa mais a um pugilista do que a outros atletas? Continuava lento. Mas, como um camião velho, ainda era letal quando acertava.

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